CORTE

Campinas já considera racionamento de água

Além de pouca, qualidade da água que está chegando é ruim, com concentração de poluentes

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
13/02/2014 às 10:47.
Atualizado em 26/04/2022 às 22:35

A situação alarmante do Rio Atibaia colocou a possibilidade de racionamento de água em Campinas na pauta da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa). Com uma vazão registrada na quarta-feira (12) em 4,2m3/s e uma captação de 4,1m3/s, Campinas está deixando seguir rio abaixo apenas 0,1m3/s, o equivalente a 50 garrafas pets de dois litros, metade do volume de terça-feira, o que agrava as condições do Atibaia e já compromete a produção industrial.O diretor de Operações da Sanasa, Marco Antônio dos Santos, disse que a empresa vai começar amanhã um trabalho de desassoreamento no rio para eliminar bancos de areia, e no fim de semana será desencadeada uma operação de limpeza para retirada de garrafas e todo tipo de lixo que dificultam a captação. “São ações emergenciais para continuar garantindo água para a população”, disse. Mas, com a vazão caindo diariamente, ele disse que um plano B já começa a ser delineado para dividir a água que for possível captar. “Nós não temos de onde tirar água a não ser do Rio Atibaia, e se não chover e não aumentarem a liberação do Sistema Cantareira para nós, não haverá outra alternativa a não ser restringir o fornecimento”, afirmou.Neste momento, segundo ele, a economia de água pela população é essencial. “Na média do ano, a Sanasa retira 3,8m3/s do rio, mas com o calor, o aumento do consumo cresceu e precisamos aumentar a captação”, afirmou.A possibilidade de espontaneamente reduzir a captação para melhorar a oferta de água rio abaixo, segundo ele, não existe. “Vamos continuar retirando o que for possível, porque estamos seguindo o que prevê a política nacional de recursos hídricos: que em situação de escassez, a prioridade da água é para consumo humano e dessedentação dos animais. Essa é nossa prioridade”, afirmou.A situação é preocupante, segundo o prefeito Jonas Donizette (PSB), porque além de pouca, a qualidade da água que está chegando a Campinas está ruim, com muita concentração de poluentes. “Estamos gastando 40% a mais com tratamento da água e até agora temos conseguido garantir o abastecimento. Precisamos do apoio da população para economizar água. Já estamos no nível de abastecimento primário e não temos represas de onde nos socorrer, porque dependemos do Sistema Cantareira”, afirmou. Jonas disse que vai adiar, o máximo possível, o racionamento de água em Campinas.Ele lembrou que foi o único prefeito da região a buscar garantir, junto a Agência Nacional de Águas (ANA), a vazão primária do Cantareira para a região (2m3/s no Rio Atibaia e 1 m3/s no Rio Jaguari) e que conseguiu abortar a pretensão da Sabesp, que chegou a solicitar à ANA a redução pela metade da vazão primária para as Bacias PCJ.Biólogos ouvidos na terça-feira pelo Correio apontaram a preocupação com as consequências da baixa vazão do Rio Atibaia para a fauna e a flora do rio. Segundo eles, espécies de peixes, como o dourado e o lambari-do-rabo-vermelho, correm risco de nunca mais serem vistas nas águas que abastecem a cidade. Veja também Seca realça esgoto e produtos químicos Governo construirá duas barragens no interior Uma na cidade de Pedreira, no Rio Jaguari; e outra, entre Amparo e Campinas, no Camanducaia Moradores de Araçatuba protestam por falta d'água Milhares de peixes aparecem no Rio Piracicaba Piaparas, corimbatás, mandis, piaus, jurupecens, corvinas, cascudos e dourados eram a maioria das espécies

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