Trata-se da Davi Au Au, que surgiu da experiência pessoal da internauta Célia Regina Bosso Oliveira; dona de casa adotou cãozinho manco, que talvez precise amputar duas patas
Davi, na segunda-feira (8), ao chegar à casa nova, em Itapira (Mara Anjos/Divulgação)
A dona de casa Célia Regina Bosso Oliveira, de Itapira criou uma página no Facebook esta semana para incentivar a adoção de animais resgatados de maus-tratos e que tenham ficado deficientes. Trata-se da Davi Au Au, que surgiu da experiência pessoal de Célia, que tem quatro cachorros, sendo três deles oriundos de maus-tratos e um que foi comprado. “É muito diferente. Você sente a gratidão dos que vieram de uma história triste. É tanta gratidão por parte deles... Dizem que eles têm sorte por serem adotados, mas eu e a minha família que nos sentimos privilegiados por todo esse amor que recebemos deles”, conta. “E as vantagens da adoção são inúmeras. Eles são muito obedientes, pela própria gratidão mesmo. É diferente de um filhote comprado, por exemplo, que chora muito e não obedece”, completa.O mais recente cãozinho da família é Davi, que ficou mais de um mês internado no Centro Médico Veterinário, no Guanabara, em Campinas. Havia sido espancado a pauladas e jogado no lixo em um terreno baldio no Satélite Íris 2 por um homem não identificado. Foi resgatado em 1° de maio pela protetora Maria Locatelli, do grupo Anjo de Patas, que o levou ao hospital. Chegou ao centro médico com a pata direita inteira quebrada e com um corte profundo na orelha. Além de desidratação e anemia profundas, por só tomar água de esgoto e passar fome, tinha infecção e sarna. Devido à gravidade das agressões, ficou manco, com sequelas em duas patas e ainda corre o risco de ter que amputá-las futuramente. Recebeu alta na segunda-feira (8) e foi levado direto para a casa de Célia.O translado foi feito por Maria, que comemora o final feliz. “Não é fácil achar adotante pra cachorro normal, imagine pra deficiente... Ninguém quer”, constata a protetora, mesclando uma ponta de tristeza por tantos outros sem a mesma chance. “Caridade é isso, é adotar os excluídos”. Agora, com a página no Facebook, Célia conta o dia dia de Davi, e mostra o quanto é bom poder tê-lo na família. "Eu me sinto abençoada". "Esta foto me deixou comovida porque ele ergueu a cabeça para o raio de sol. Sabe quando a gente olha pra cima pra agradecer a Deus por tudo de bom? Foi um ato diferente de tudo que já vi na minha vida. Inexplicável" (Protetora Maria Locatelli, do grupo Anjo de Patas) Mesmo sem recursos suficientes para arcar com o tratamento que esse tipo de caso demanda, Maria não se furtou em salvar Davi. “Dia 30 de março, recebi um pedido de resgate e fiquei desesperada porque não tinha dinheiro para assumir. Nem consegui dormir pensando no cachorro ferido, naquela noite tão fria. Mas, como é que eu poderia deixar esse coitadinho sofrendo no meio lixo?, disse na época do resgate à reportagem.O tratamento ficou em R$ 3.850,00 dos quais a protetora já conseguiu pagar R$ 2.300,00 (R$ 1.500,00 ela tirou do próprio bolso, e R$ 800 conseguiu com doações feitas diretamente no hospital). Quem quiser e puder ajudar, deve entrar em contato com o Centro Médico Veterinário pelos telefones: 3241-7765 e 3212-0241 ou mesmo ir pessoalmente ao local. O endereço de lá é Rua Camargo Paes, 680, Guanabara, Campinas. Foto: Anjo de Patas David: antes e depois