Mursi foi levado de helicóptero ao tribunal no qual seria julgado com 14 ex-dirigentes de seu governo
O julgamento do presidente deposto egípcio Mohamed Mursi, que afirmou nesta segunda-feira (4) no tribunal que é o "presidente da República do Egito", foi adiado para 8 de janeiro. Em sua primeira aparição pública desde que foi destituído pelo exército, em 3 de julho, o primeiro presidente egípcio eleito democraticamente declarou: "Sou o doutor Mohamed Mursi, o presidente da República". "Este tribunal é ilegal". O julgamento por suposta "incitação ao assassinato" do ex-presidente islamita egípcio Mohamed Mursi, destituído pelo exército há quatro meses, começou nesta segunda-feira (4) no Cairo, informou a televisão estatal. Uma fonte das forças de segurança, que pediu anonimato, confirmou à AFP o início da primeira audiência do julgamento, no qual Mursi responde por "incitação ao assassinato" de sete manifestantes diante do palácio presidencial, no dia 5 de dezembro de 2012. A audiência atrasou porque Mursi, primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, não se apresentou com a roupa branca exigida para os detentos. O juiz optou por aguardar pela troca de roupa para iniciar o processo, segundo a mesma fonte. Esta é a primeira aparição pública de Mursi desde que foi derrubado pelo exército em 3 de julho. O juiz proibiu o uso de câmeras, gravadores e telefones dentro do tribunal. Mursi, que ficou apenas um ano no poder, foi mantido em detenção pelo exército em um local secreto desde sua destituição. Nos dias anteriores a sua queda, milhões de egípcios saíram às ruas para pedir sua renúncia. O movimento o acusava de ter centralizado o poder em benefício da Irmandade Muçulmana. Vários partidários de Mursi, que sofrem com a implacável repressão das autoridades que assumiram o poder em 3 de julho após o golpe do Exército, convocaram uma mobilização. O novo governo reprimiu de forma violenta os manifestantes pró-Mursi desde 14 de agosto, quando policiais e soldados mataram centenas de partidários ao dispersar um protesto no Cairo. Desde então, mais de mil manifestantes morreram e mais de 2.000 membros da Irmandade Muçulmana foram detidos, incluindo seus principais líderes. Veja também Juízes se retiram de julgamento do líder Julgamento do Guia da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, já havia sido adiado no fim de agosto Partidáridos de Mursi protestam no Egito No último dia 14 de agosto foram registrados confrontos sangrentos entre plociaiis e manifestantes Mursi vai ser julgado por incitação ao assassinato Presidente deposto deverá responder pela morte de pelo menos sete manifestantes em manifestações Justiça adia julgamentos por motivos de segurança Três líderes da Irmandade Muçulmana e Hosni Mubarak podem ser condenados à pena de morte