(Raphael Silvestre/Guarani FC)
O Guarani anunciou ontem à noite a demissão do técnico Júnior Rocha um dia depois da equipe perder do Operário-PR, no Brinco de Ouro, por 1 a 0.
O resultado ampliou a crise no clube, que não vence há cinco jogos e tem sete derrotas em nove partidas disputadas na Série B do Campeonato Brasileiro. Com apenas 4 pontos, ocupa a lanterna.
O auxiliar Elton Macaé também deixa o clube Júnior Rocha ficou apenas 38 dias no cargo. Ele foi o terceiro técnico do Guarani na temporada e o segundo nesta Série B.
O clube começou o ano com Umberto Louzer, substituído ainda no Campeonato Paulista por Claudinei Oliveira, responsável por livrar a equipe do rebaixamento no Estadual.
O mesmo Claudinei participou da montagem do elenco e da preparação para a Série B, mas acabou demitido antes da terceira rodada, após duas derrotas.
Rocha assumiu e não conseguiu fazer o time reagir. Em sete jogos, obteve uma vitória, um empate e cinco tropeços, aproveitamento de apenas 19%.
O presidente André Marconatto e o CEO Ricardo Moisés não se manifestaram depois do tropeço do time no sábado à noite.
A missão das explicações coube a Júnior Rocha, que ainda não havia sido demitido na ocasião.
E a entrevista do treinador representou o retrato atual do clube hoje, dentro e fora de campo. Assim como a direção e os jogadores, Rocha estava perdido.
Nas declarações, sobraram repetições de entrevistas anteriores, como “os jogadores estão dando o máximo, se dedicando ao extremo, o grupo é de qualidade”.
E o reconhecimento de que ainda não tinha encontrado a formação ideal. “Estamos tentando, fazendo mudanças.”
O treinador também disse que o Guarani oscila demais durante os jogos e não consegue manter um padrão de atuação. Ainda apelou para a falta de sorte. “As chances estão aparecendo, as finalizações estão acontecendo, mas a bola não entra.”
Pressionado pela torcida, poupou o elenco. “O momento é ruim, mas toda responsabilidade pelos resultados é minha.
Sou eu que escalo e faço as mudanças. Na infantaria, eu estou na linha da frente.”
EM CAMPO
Diante do Operário, Rocha escalou a formação titular com três zagueiros e decidiu improvisar um atacante na lateral- direita, mesmo com Diogo Mateus, um especialista do setor, à disposição. Na prática, o Guarani careceu de força ofensiva e não fez uma jogada sequer pelo setor direito no primeiro tempo.
Além disso, errou seguidos passes, lançamentos, cruzamentos e finalizações, sinal de uma equipe extremamente nervosa e sem confiança.
Na segunda etapa, o treinador acionou Caio Dantas e Airton, que começaram no banco de reservas, e a equipe passou a pressionar, criar chances, mostrar velocidade. Ainda chegou ao gol, anulado depois do VAR flagrar impedimento na jogada. E encerrou o jogo obrigando o goleiro Rafael Santos a trabalhar.
Um fator positivo em meio à crise é que o departamento médico começa a esvaziar e jogadores importantes voltam a ficar à disposição.
Depois de Caio Dantas e Airton retornarem, Chay e Luan Dias devem ser opções para a partida de sexta-feira, às 21h, contra o Avaí, em Florianópolis.
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