Marcelo Cordeiro comanda os treinos até chegada do novo treinador (Raphael Silvestre/Guarani FC)
O Guarani terá o seu terceiro técnico na Série B do Campeonato Brasileiro de 2024. Depois da derrota para o Operário-PR, mno último sábado, por 1 a 0, no Brinco de Ouro, o clube anunciou a demissão de Júnior Rocha, que havia substituído Claudinei Oliveira, comandante nas duas primeiras partidas da competição.
Assim, o clube repete o que aconteceu há dois anos, quando também teve três técnicos no Brasileiro de 2022 e, a exemplo do atual momento, encerrou a nona rodada na lanterna.
Na ocasião, o time se livrou do rebaixamento, mas a situação era menos pior do que agora.
Em 2022, o Guarani iniciou a competição com Daniel Paulista, demitido depois de o time empatar com o Náutico por 1 a 1, no Recife, e terminar a quinta rodada na 15ª colocação.
Depois de um período com o auxiliar Ben-Hur no comando, Marcelo Chamusca assumiu na nona rodada, mas durou apenas seis jogos.
A partir da 16ª rodada, Mozart Santos passou a ser o comandante e o Guarani se recuperou. No segundo turno, fez uma boa campanha e terminou a Série B no 10º lugar.
Hoje, após a nona rodada, o time soma quatro pontos, metade do que tinha no mesmo período da Série B de 2022.
Em 2023, o ABC também somava quatro pontos na lanterna depois de nove jogos e acabou rebaixado.
Rocha é o treinador com passagem mais rápida dentro da gestão do presidente André Marconatto, que está à frente do conselho de administração há 14 meses.
Durou apenas 38 dias e sete jogos, com aproveitamento de 19%. Também passaram no período Bruno Pivetti, Umberto Louzer, além de Claudinei Oliveira. A média é de um treinador a cada 4 meses.
Ontem, o conselho de administração passou o dia em reunião com o departamento de futebol em busca de nomes para substituir Rocha.
É consenso que, diferentemente do antecessor, o novo comandante precisa ser experiente e ter ferramentas para uma reação imediata.
Por enquanto, o auxiliar Marcelo Cordeiro está no comando dos treinos da equipe. O próximo jogo é sextafeira, às 21h, contra o Avaí, em Florianópolis. A equipe catarinense está no G4.
Abatidos e perdidos diante da sequência de trocas de técnicos, os jogadores precisam se adaptar à situação.
O grupo defendia o trabalho do treinador e alguns criticavam a constante mudança na comissão técnica. “Estamos em maio e, em cinco meses, o Guarani já teve três treinadores”, contabilizou o zagueiro Douglas Bacelar no mês passado, enfatizando que as trocas frequentes no comando atrapalham os jogadores.
“Quando estamos começando a nos adaptar à ideia de um treinador e acontece a interrupção fica mais difícil. Aí chega um novo treinador com novos conceitos e é necessária uma nova adaptação”.
Caio Dantas também se manifestou sobre o assunto durante a campanha. “Mudança de treinador é difícil, pois são ideias diferentes, mas a gente tenta se ajeitar o mais rápido possível. Não há tempo para ficar lamentando”.
O volante Anderson Leite falou a respeito do tema antes da partida diante do Operário- PR, que determinou a queda de Rocha. “Infelizmente, a culpa sempre recai sobre o treinador, mas é todo o conjunto o responsável pelo momento que estamos vivendo”.
A nova mudança na comissão técnica também reforça a contradição na qual se envolveu a atual administração.
No final do ano passado, o CEO Ricardo Moisés prometeu continuidade no trabalho, ao anunciar a permanência de Umberto Louzer, e garantiu que lutar contra o rebaixamento fazia parte do passado no clube.
Neste 2024, na prática, acontece exatamente o oposto.
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