Polícia Civil começa a ouvir cerca de 100 manifestantes envolvidos no quebra-quebra do plenário
A Polícia Civil de Campinas deve começar a ouvir na próxima semana cerca de 100 manifestantes envolvidos no protesto que terminou em quebra-quebra do plenário da Câmara, em agosto. O laudo da perícia já ficou pronto e foi encaminhado ao Legislativo. A Casa quer processar os ativistas para pedir o ressarcimento dos danos causados, no valor estimado de R$ 25 mil, e espera a conclusão das investigações. Do outro lado, a Corregedoria da Câmara também aguarda o fim das investigações policiais para fechar o procedimento que apura a participação de servidores da Casa na depredação. Os manifestantes serão ouvidos no 5º Distrito Policial de Campinas. A Corregedoria também fez uma tentativa frustrada de ouvir os manifestantes. O corregedor da Casa, Cidão Santos (PROS), disse que vários ativistas, entre eles black blocs, foram convidados para prestar esclarecimentos, mas não apareceram nas audiências. Segundo o parlamentar, o Legislativo não tem poder de convocação e vai utilizar informações do inquérito policiais e o laudo da perícia para formular um parecer. "Nós só podemos convidar. Isso faz com que as pessoas venham para as nossas audiências. Mas nós já recebemos o laudo que comprova que as imagens do circuito de segurança da Câmara não foram alteradas, o que será essencial para fechar esse processo interno", afirmou o vereador. Em agosto, um grupo de manifestantes invadiu o plenário da Câmara de Campinas e promoveu um quebra-quebra em meio a sessão. A Casa não contava no momento com um número de policiais e guardas municipais suficientes para evitar que o lugar fosse tomado. A ausência de um efetivo maior gerou críticas dos vereadores em relação ao presidente, Campos Filho (DEM), e foi, inclusive, motivo de bate-boca entre o democrata e os vereadores. Na ocasião, Campos informou que havia feito o pedido para a PM e também para a Guarda, mas o efetivo enviado à Casa não conseguiu evitar que o plenário fosse ocupado. Durante cinco horas, os manifestantes quebraram cadeiras, mesas, rabiscaram a tribuna e fizeram barricadas para evitar uma ação da polícia. A ocupação da Câmara ocorreu, segundo os manifestantes, para que os vereadores assinassem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos transportes, proposta por Paulo Bufalo (PSOL) para avaliar a tabela de preço do transporte público na cidade. A Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) entrou no plenário e retirou os estudantes. Eles foram colocados em um ônibus e levados até o 4º Distrito Policial de Campinas.As manifestações contra as altas tarifas de ônibus tomaram as ruas de todo o País em junho deste ano. Milhares de pessoas protestaram contra os preços e, pressionado, o governo reduziu a passagem. Em Campinas, antes do protesto que reuniu 25 mil pessoas, o preço havia baixado de R$ 3,30 para R$ 3,20. Após a manifestação, a tarifa passou a custar R$ 3,00. A diferença de R$ 0,20 foi paga pela própria Prefeitura para as empresas de ônibus. Veja também PSOL nega liderança de ato e ataca vereadores Partido afirma que alguns vereadores teriam provocado com xingamentos os manifestantes durante o ato Câmeras e catracas farão segurança do Legislativo Medida será adotada após protesto e quebra-quebra do plenário Campinas pode proibir máscaras em manifestação Projeto foi apresentado nesta quinta-feira (5) e será analisado pelas comissões internas da Câmara Força-tarefa conserta Câmara após protesto A previsão é de que os consertos mais emergenciais sejam finalizados até segunda e a sessão, mantida Câmara confirma ações contras vândalos Campos Filho adiou para os próximos dias o valor do prejuízo aos cofres públicos provocado por manifestantes Ato foi antidemocrático, diz presidente da Câmara Legislativo faz mutirão de limpeza e contabiliza os prejuízos provocados pela invasão na quarta-feira