Troca de piso inicia reforma no Viaduto Cury

A primeira fase das obras de revitalização do entorno do Viaduto Miguel Vicente Cury e do Terminal Central foi iniciada na segunda-feira (30 de setembro). Funcionários da Prefeitura de Campinas utilizaram uma retroescavadeira para começar a retirar parte do piso de cimento de uma área de corredores que está desocupada e que fica paralela à Avenida Prefeito José Nicolau Ludgero Maselli, ao lado do terminal. No local será criado um bolsão de estacionamento com 60 vagas de Zona Azul. A intenção é atrair de volta a circulação de pessoas na área, inclusive para fazer compras, além de gerar mais vagas de estacionamento na área central.Outro objetivo da primeira etapa das obras — que deve se estender até o início de dezembro — é humanizar e urbanizar toda a área que fica debaixo do elevado, e foco de insegurança.Para a Prefeitura, comerciantes e pedestres que circulam pela construção, esse é o pior momento do Viaduto Cury desde que ele foi inaugurado, 50 anos atrás. Além de concentrar moradores de rua, usuários de drogas consomem crack e traficantes circulam livremente pela área. Na semana passada, a Guarda Municipal (GM) começou a operação Centro Seguro, com uma série de ações para retirar moradores de rua do entorno do terminal e da Praça Felipe Selhi, vizinha ao elevado. ObrasA primeira etapa da revitalização ainda prevê a construção de banheiros públicos masculino e feminino com cerca de 100 metros quadrados, além de uma área administrativa com escritórios da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa), Serviços Técnicos Gerais (Setec) e da Secretaria de Cidadania, Assistência e Inclusão Social.Na área do Hortomercado, que é conhecida como “Ceasinha” (ao lado do futuro bolsão de estacionamento, um corredor onde estão localizadas 25 bancas de hortifrútis) será trocado o piso, que hoje é de cimento. Ele receberá um assoalho específico, além de ganhar uma pintura nova. Segundo a Prefeitura, passam pelo local cerca de 100 mil pessoas por mês.De acordo com o presidente da Ceasa, Mário Dino Gardioli, a pintura será feita em todo entorno do Terminal Central. “O primeiro passo da obra está a cargo da Ceasa, pois atinge a área da autarquia. Iremos renovar completamente e trazer de volta a circulação de pessoas. A pintura vai acontecer nos pilares, paredes e teto. Além disso, iremos instalar um sistema de iluminação, que mesmo ao anoitecer vai parecer dia”, afirmou Gardioli.Ele adiantou que um alambrado irá cercar todo o local e que as lixeiras que ficam do lado externo, contribuindo ainda mais para aumentar a degradação, serão retiradas para a instalação de quatro lixeiras subterrâneas. “Vamos construir também uma rede coletora de água e esgoto. Serão investidos cerca de R$ 500 mil. Iremos investir em áreas verdes com a implantação de jardins para arborizar o ambiente. A inauguração deve acontecer até a segunda semana de dezembro. Na data, queremos colocar enfeites de Natal e fazer apresentação de corais natalinos.”As obras estão sendo executadas pela Secretaria de Serviços Públicos. Também estão sendo planejadas alterações no sistema viário do entorno do local, mas a Prefeitura ainda não tem informações. Durante as obras, o comércio terá funcionamento normal.A segunda fase da revitalização está programada para 2014. “Haverá a padronização de todas as fachadas das lojas que ficam localizadas no acesso ao Terminal Central. A Setec vai apresentar um plano de modernização dessas barracas. Não vamos mexer com o espaço de ninguém, só queremos deixar mais atraente para os consumidores. Mas tudo isso será discutido com os proprietários dessas bancas”, avisou Gardioli.ReaçãoOs comerciantes que trabalham na região estão otimistas com as obras. “Estou aqui há 18 anos e posso dizer que este é o pior momento. O viaduto foi tomado pela degradação. A clientela caiu muito com a circulação de moradores de rua e usuários de droga”, afirmou Celma Barbosa, que possui uma lanchonete e acredita que as melhorias irão aumentar o fluxo de clientes. Outra comerciante, que pediu para não ser identificada, afirmou que após a entrada da GM na área houve diminuição da circulação de moradores de rua e também de traficantes. “Alguém precisava fazer alguma coisa e urgente. Estava insuportável. Acredito que agora vai dar certo, mas eles não podem começar e abandonar. A vigilância aqui tem que ser constante.” O patrulhamento dos guardas começou na semana passada. Cerca de 20 passaram a ocupar a região. Eles estão orientados a abordar moradores de rua e usuários de drogas dia e noite. O secretário de Segurança Pública, Luiz Augusto Baggio, afirmou que a ocupação do espaço não tem prazo para terminar e a ação dos guardas terá como foco a prevenção de crimes, mas também o encaminhamento de usuários de drogas e moradores de rua para a Assistência Social ou a Saúde. Ele explicou que as ações serão estendidas para a região que fica atrás da Catedral Metropolitana, a Praça Rui Barbosa e o Largo do São Benedito. “As operações serão feitas diariamente, inclusive durante a noite”, afirmou. Os próximos alvos serão as pensões e bares da região central. 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