INICIATIVAS PARA VALORIZAR A CULTURA E A HISTÓRIA

Sede do Correio Popular abre as portas para visitas e iniciativas que fomentam a cultura

O local vai receber visitantes interessados em ver de perto seus elementos históricos

Da Redação/ [email protected]
18/11/2023 às 13:02.
Atualizado em 18/11/2023 às 13:25
Chaminé da extinta indústria de tecidos Tecelagem de Seda Brasileira (Alessandro Torres)

Chaminé da extinta indústria de tecidos Tecelagem de Seda Brasileira (Alessandro Torres)

A construção da história de um povo passa pelas atividades do cotidiano e dos registros destas realizações, muitas vezes com a simples intenção de formar uma memória pessoal ou familiar, sem saber que também pode estar colaborando para a construção da memória coletiva. Memória, história e cultura estão intrinsicamente ligadas. 

O prédio que abriga a sede do Correio Popular, na Vila Industrial, próximo ao Centro de Campinas, além de guardar em seu acervo edições publicadas ao longo de seus 96 anos de atividade, que contam a história da evolução da metrópole, contempla também elementos que narram essa trajetória. Um desses elementos é a chaminé da extinta indústria de tecidos Tecelagem de Seda Brasileira.

A torre de tijolos à vista integrava o complexo da companhia têxtil que nasceu em 22 de maio de 1923 com o nome de Sociedade Anônima Indústrias de Seda Nacional, uma subsidiária da Tecelagem de Seda Ítalo-Brasileira, que permaneceu em atividade até 1935, quando as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM), compraram as edificações. Em 1942, no entanto, as Indústrias Matarazzo adquiriram o conjunto fabril trocando a razão social para S/A Tecelagem de Seda Brasileira, que foi a primeira fábrica da IRFM a ser desmembrada em três unidades, que passaram a funcionar em Campinas, Rio Claro e Ribeirão Preto. 

No complexo produtivo de Campinas, máquinas de fabricação italiana eram comandadas por cerca de 1000 operários que atuavam nas seções agrícola, de fiação, torção, tecelagem, contabilidade, almoxarifado, oficinas mecânicas, eletricidade e marcenaria. O conjunto foi fragmentado e atualmente abriga a Escola Estadual Dom Barreto, o Almoxarifado Central da Prefeitura Municipal de Campinas e o atual edifício do Correio Popular, onde fica a chaminé, original da época de sua implantação, tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc).

Para que a população possa conferir de perto esse patrimônio, o Correio Popular abre as portas de sua sede para ações culturais, oportunidades que permitirão ao público registrar este elemento arquitetônico e também conferir outras peças que rementem à evolução da história, como é o caso da máquina linotipo, que por décadas imprimiu o jornal e atualmente está disponibilizada na recepção do prédio.

Máquina linotipo, que por décadas imprimiu o jornal e atualmente está disponibilizada na recepção do prédio (Alessandro Torres)

Máquina linotipo, que por décadas imprimiu o jornal e atualmente está disponibilizada na recepção do prédio (Alessandro Torres)

PRESERVAR A HISTÓRIA E FOMENTAR A CULTURA

A iniciativa de criar um projeto cultural dentro do jornal Correio Popular nasceu da ideia da diretora de Marketing Aline Rodrigues, que pretende intensificar esse tipo de evento já nos próximos meses. "O Correio Popular tem espaços interessantes que pretendemos começar a disponibilizar para eventos - adultos e infantis - já que estamos no coração de Campinas", comenta. 

A participação em eventos culturais, como a contação de história comandada pela Fundação Logosófica de Campinas neste sábado, 19, serão oportunidades para conhecer esses elementos históricos e tirar fotos desses patrimônios. Outras iniciativas estão em andamento. Uma delas é a campanha Leia &Troque, de incentivo à leitura que envolve visitas à sede - onde há uma estante para trocas com cerca de três mil exemplares. Há ainda uma exposição permanente com as principais capas dos 96 anos do jornal, que foi itinerante no ano passado.

Aline ressalta ainda que tanto o auditório como o espaço de eventos poderão ser liberados para lançamentos, palestras, apresentações culturais e outras vivências com a população, inclusive com uma sala para coworking (espaço para trabalho compartilhado).

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