EM AMERICANA

Despejo de esgoto foi causado por roubo de fios, alega Prefeitura

Moradores denunciaram vazamento de 5 milhões de litros diários na represa

Do Correio Popular
07/05/2022 às 10:16.
Atualizado em 07/05/2022 às 10:16
Grupo de Defesa da Represa de Salto Grande preparou dossiê sobre o despejo de esgoto in natura no local (Laert Silva)

Grupo de Defesa da Represa de Salto Grande preparou dossiê sobre o despejo de esgoto in natura no local (Laert Silva)

O vazamento de esgoto na represa de Salto Grande, na região da Praia Azul, em Americana, foi causado pelo roubo de fios e equipamentos elétricos da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do mesmo bairro, durante um assalto a mão armada ocorrido no dia 6 de abril. A informação foi dada pela Prefeitura de Americana, depois da denúncia, do despejo de um volume diário de mais de 5 milhões de litros de esgoto in natura na represa, provocando mau cheiro, morte de peixes e poluição ao meio ambiente. Segundo a Prefeitura, houve dificuldade para encontrar cabos especiais de maior bitola no mercado, mas os danos na ETE foram reparados nos últimos 30 dias. A situação na represa, entretanto, deverá ser normalizada nos próximos dias.

A denúncia de crime ambiental foi apresentada por moradores da região e por integrantes do G6 (Grupo de Defesa da Represa de Salto Grande), que preparou um dossiê com relatório, fotografias e vídeos, comprovando que o esgoto estava sendo lançado de um emissário da ETE da Praia Azul. O dossiê, segundo os denunciantes, seria encaminhado à Promotoria do Meio Ambiente de Americana, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Cetesb) e outros órgãos ligados ao meio ambiente e vigilância sanitária.

A Prefeitura esclareceu, por meio de nota oficial, que o assalto a mão armada, no dia 6 de abril, ocasionou diversos danos na parte elétrica da estação. Na ocasião, foi roubada grande quantidade de cabos de energia de grosso diâmetro, provocando a paralisação temporária dos trabalhos, atingindo um braço da represa do Salto Grande, na altura da Fazenda Santa Lúcia. Os técnicos do Departamento de Água e Esgoto (DAE) explicaram que o ponto de saída dos efluentes nesse local tem pouca movimentação e muita concentração de "macrófitas" (plantas aquáticas) e que, por isso, o esgoto escoado ficou aprisionado naquele espaço.

O DAE conseguiu retomar alguns equipamentos após o roubo e passou a operar parcialmente a ETE. Porém, a Prefeitura justificou que o conjunto de aeração do sistema foi prejudicado, devido à dificuldade na aquisição dos cabos especiais de maior bitola, que não são encontrados com facilidade no mercado. Os técnicos explicaram que o esgoto continuou sendo tratado, mas com eficiência reduzida. Explicaram também que os efluentes não foram lançados in natura e sem nenhum tratamento na represa.

Segundo a Prefeitura, a conclusão dos reparos, após a entrega dos cabos, aconteceu nesta semana, restabelecendo a normalidade operacional ao sistema da ETE. Porém, ressaltou que o reequilíbrio da microbiologia do sistema levará um certo tempo, podendo ser necessário, inclusive, utilizar lodo de outra unidade para acelerar a recuperação biológica completa. 

O DAE informou ainda que está em andamento um processo para ampliação do sistema de monitoramento e sensores de presença nos diversos espaços relacionados à autarquia, como reservatórios e estações de tratamento e elevatórias, com o objetivo de inibir os roubos e furtos de cabos elétricos.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por