Policiais foram presos durante uma megaoperação deflagrada segunda-feira (15) pelo MP
Estão na sede do Gaeco, na Cidade Judiciária, em Campinas, os dois investigadores do 10º Distrito Policial, Renato Peixeiro Pinto e Mark de Castro Pestana e os dois delegados de São Paulo, um deles chefe do departamento de Inteligência do Denarc, Clemente Calvo Castilhone Júnior e Fábio Amaral de Alcântara, da 3ª Delegacia de Apoio. Eles serão ouvidos em depoimento nesta quarta-feira (17) pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. A operação para o deslocamento dos acusados foi comandada pelo delegado da Corregedoria Geral de São Paulo, Mitiaki Yamamoto. Os acusados chegaram na sede do Gaeco ainda de madrugada.
Renato Peixeiro Pinto e Mark de Castro Pestana se apresentaram e mantiveram silêncio durante o depoimento, seguindo orientação do advogado de defesa, Ralph Tórtima Sttetinger Filho. "Ainda não consegui analisar todo o processo - 10 volumes - e enquanto não souber de todas as acusações que recaem sobre meus clientes é preferível que não se faça manifestação nesse momento", disse Tórtima. Ainda segundo o advogado, no que já foi possível identificar, os dois policias de Campinas são suspeitos de terem recebido dinheiro de traficantes ligados a Wanderson Nilson de Paula, o Andinho. "Apenas um delator faz essa afirmação ao Ministério Público e trata-se de um traficante", afirmou.
Os policiais foram presos durante uma megaoperação deflagrada segunda-feira (15) pelo Ministério Público. Na ação foram detidos dois investigadores de Campinas e cinco integrantes do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e outras cinco pessoas ligadas ao tráfico. Os policiais são acusados de cobrar um mensalinho do líder do tráfico de Campinas, Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho.
Investigação
Uma operação conjunta entre a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo e o Ministério Público (MP) desmontou uma quadrilha de policiais do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Após investigação que começou ainda em 2012, foram identificados ao menos 13 policiais de São Paulo que cobravam propina de grupo de traficantes que atuava no bairro São Fernando, em Campinas. Uma quantia de R$ 300 mil era recebida anualmente pelos policiais e uma mensalidade de R$ 30 mil para a facilitação do tráfico na região de Campinas.
Foram expedidos mandados de prisão pelo juiz da 6ª Vara Criminal, José Guilherme Di Rienzo Marrey. As investigações são feitas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo e Campinas.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que "não compactua com qualquer tipo de desvio por parte dos policiais da instituição".
Com informações da repórter Milene Moreto/ AAN