Zé Duarte, Carlos Alberto, Lori e Umberto?

Umberto Louzer está a dez partidas de alcançar um feito que não é registrado no Brinco de Ouro desde 1985, quando Lori Sandri dirigiu o time da primeira à 66ª e última partida do Guarani no ano. Nas 32 temporadas seguintes, nenhum treinador conseguiu permanecer durante o ano inteiro no comando do time. Oswaldo Alvarez chegou muito perto em 1998. Estreou no dia 18 de janeiro contra a Matonense e foi até o 42º compromisso, dia 1º de novembro, contra o Grêmio. Mas, no último jogo do ano, contra o Sport, Estevam Soares assumiu o comando o time. Além de Vadão, nenhum outro treinador se aproximou do que Umberto alcançará se estiver no banco de reservas no dia 24 de novembro, contra o Londrina. Teoricamente, com a boa performance que apresentou até aqui, permanecer no cargo por mais dez partidas não será uma tarefa tão difícil para Umberto. Mas a história mostra que as coisas não são tão simples assim. Muitos dos treinadores contratados entre 2000 e 2017 não conseguiram disputar mais do que dez jogos. A lista é enorme: Nei daMatta (6), Maurício Barbieri (6), Marcelo Cabo (6), Lisca (10), Ademir Fonseca (9), Paulo Roberto (10), Benazzi (3), Zé Teodoro (3), Vilson Tadei (7), Guilherme Macuglia (4), Roberval Davino (9), Toninho Cerezo (9), Waguinho Dias (10), Gainete (8), Luís Carlos Barbieri (9), José Carlos Serrão (6), Luís Carlos Barbieri (3), Lori Sandri (8), Agnaldo Liz (8), Giba (10), Hélio dos Anjos (4), Luís Carlos Ferreira (5) e Dario Pereyra (9). Como se vê, muitos caíram com poucos jogos e nenhum, em 32 anos, conseguiu iniciar e terminar uma temporada no cargo. Curiosamente, o profissional que está perto de repetir o feito de Lori tem pouca experiência e sequer foi o nome escolhido pela diretoria para comandar o time em 2018. O Guarani só se transformou no primeiro time profissional da carreira de Umberto porque Fernando Diniz pediu demissão semanas depois de ser contratado. Para chegar ao seu 47º jogo, hoje, contra o Vila Nova, Umberto conquistou o acesso ao Paulistão e o título da Série A2, que garantiu uma vaga na Copa do Brasil. Na Série B, mantém o time na briga pelo acesso e em nenhum momento se preocupou com rebaixamento, problema do qual o time se livrou de forma dramática em 2017. Como se vê, Umberto não está próximo de alcançar um feito raro por acaso. Antes de Lori (1985), Zé Duarte (1972, 1973, 1974 e 1981) e Carlos Alberto Silva (1978 e 1979) também ficaram temporadas inteiras no Brinco. E os dois, assim como Umberto, foram campeões pelo Guarani.