LAVA JATO

Youssef confirma R$ 10 milhões para abafar CPI da Petrobras

Ainda no início da sessão, Youssef voltou a dizer que o esquema operado por ele financiou campanhas de diversos deputados e senadores; citou os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Gleisi Hoffmann (PT-PR)

Agência Estado
11/05/2015 às 11:14.
Atualizado em 23/04/2022 às 14:05
O doleiro Alberto Youssef, que alega ter sido "leva e traz" de corruptos e corruptores em esquema ( Cedoc/ RAC)

O doleiro Alberto Youssef, que alega ter sido "leva e traz" de corruptos e corruptores em esquema ( Cedoc/ RAC)

O doleiro Alberto Youssef abriu seu depoimento aos parlamentares da CPI da Petrobrás, em Curitiba, base das investigações da Operação Lava Jato, nesta segunda-feira (11) falando sobre o pagamento de R$ 10 milhões para abafar as investigações de outra comissão parlamentar em 2010, que apurava irregularidades na estatal - e envolveu suposta exigência do ex-presidente do PSDB Sergio Guerra, morto em 2014."Em 2010, fui cobrar a empreiteira Queiroz Galvão para que ela pudesse pagar seus débitos na diretoria de Abastecimento da Petrobrás e fui informado que eles teriam repassado R$ 10 milhões a pedido do Paulo Roberto Costa", afirmou Youssef, em uma das primeiras respostas dadas em questionamento feito pelo relato da CPI, deputado Luiz Sergio (PT-RJ).Integrantes da CPI da Petrobrás desembarcaram em Curitiba para ouvir os depoimentos de 13 acusados de envolvimento no esquema de cartel e corrupção na Petrobrás, que estão presos. Entre eles os ex-deputados André Vargas (ex-PT, hoje sem partido), Pedro Corrêa (PP) e Luiz Argolo (ex-PP, hoje no SD). Youssef é o primeiro a ser ouvido nesta manhã de segunda-feira, por um grupo de 14 deputados federais da comissão, que tem audiências marcadas até esta terça-feira, 12.Estão marcados para hoje os depoimentos do ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró e do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano ligados ao PMDB no esquema de loteamento político na estatal, que envolvia ainda PT e PP. de Mário Góes, de Guilherme Esteves e de Adir Assad, outros três lobistas acusados de operarem propina na Diretoria de Serviços - que era cota do PT - também estão nessa lista.Nesta terça, 12, serão ouvidos os depoimentos dos ex-deputados. Eles estão na carceragem do Centro Médico Prisional, na Região Metropolitana de Curitiba. Os interrogatórios serão realizados no auditório da Justiça Federal, em Curitiba. Um grupo de 14 deputados já estão na capital paranaense para início dos interrogatórios. À CPI, Youssef nega ter mantido conta conjunta com Janene Questionado por integrantes da CPI da Petrobras, em Curitiba, o doleiro Alberto Youssef negou nesta segunda-feira (11) que tenha tido conta conjunta com o então deputado federal José Janene (PR) ou com a esposa do parlamentar, Stael Fernanda. Ele negou inclusive que tenha recebido qualquer procuração para operar recursos do casal no exterior e disse também não ter conhecimento se eles tinham dinheiro fora do País. Janene morreu em 2010.Youssef foi questionado repetidamente pelo sub-relator da CPI, deputado Altineu Côrtes (PR-RJ). Côrtes disse ter informação de que o casal Janene tinha uma conta em Luxemburgo com 185 milhões de euros e que, após a morte de Janene, Youssef teria ajudado Stael a movimentar a conta. "Não procede, não tenho conhecimento dessa conta. Nunca tive conta com Janene nem com sua esposa, nem procuração", respondeu o doleiro.Ainda no início da sessão, Youssef voltou a dizer que o esquema operado por ele financiou campanhas de diversos deputados e senadores. Citou os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).O doleiro disse também estar "muito arrependido" pela quebra de sua delação anterior. Youssef foi condenado por ter quebrado acordo de delação no escândalo do Banestado.

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