JOGOS

Xeque Mate: O xadrez como fonte de aprendizado

De acordo com pedagoga, jogo trás diversas habilidades ao aluno

Mariane Mirandola
28/10/2013 às 21:23.
Atualizado em 26/04/2022 às 07:37

O Rei Rei precisa ser derrubado. A dama, o peão, a torre e o bispo tendem a ter movimentos precisos para o grande objetivo. O Rei, que deve ser cercado, não deve ter escapatória e entre os jogadores, a palavra de honra é xeque. Para a estratégia, nada de armadura, espadas ou relinche de cavalo. Vale a concentração e raciocínio lógico. O campo de batalha é um tabuleiro, onde o objetivo é alcançado por dois jogadores e 32 peças. O campo de batalha é montado em diferentes lugares, mas no caso da pedagoga Claudia Renata Gomes, ele funciona em sala de aula e além de derrubar o rei, tem como objetivo desenvolver diferentes habilidades nos alunos, como raciocínio lógico e rápido, concentração e observação de cada lance e a tomada de decisões em situações problemas. “O Xadrez ajuda também na ativação da memória, trabalha o autocontrole emocional, a paciência e além de tudo, as crianças aprendem a exercitar capacidade de planejamento” - afirmou. Ainda de acordo com a profissional, o jogo tende a proporcionar disciplina e trabalha também a questão da autoconfiança e o respeito ao adversário, além de instigar a imaginação, criatividade e a versatilidade.Mas a batalha não é iniciada de imediato. O Rei não pode ser cercado de uma única vez. Cada jogador faz parte de um ciclo, onde as regras são explicadas da maneira correta. “ No ciclo I (1º ao 3º anos) é o tempo que levam para memorizarem regras, posicionamentos , movimentos, aberturas simples, diferenças de xeque e xeque mates, onde também é utilizado o xadrez gigante que eles carregam as peças no meio de um tabuleiro enorme” - explica. No ciclo 2, que são os 4º e 5º anos, a competição começa, as estratégias são montadas e a sala de aula torna-se um campo de tática. “ Nesse ciclo o interesse do aluno redobra e eles começam, até mesmo pelo próprio amadurecimento da idade, a criar estrategias”. Entre as táticas e estratégias o lado teórico também vai sendo aprofundado, sempre de uma maneira lúdica, que possa encantar os pequenos participantes. “Eu comento um pouco sobre as leis de federação, faço alguns torneios entre eles e apresento o relógio. Como não há material suficiente eles não chegam jogar com o relógio mas aprendem a preencher a súmula com a nomenclatura apropriada” Para a disciplina da grande batalha não tornar-se tão desgastante a professora se transforma em uma grande contadora de história, onde a diversão e os risos contagiam o ambiente de aprendizado. “Eu pago o maior mico (risos), viro uma contadora de histórias, um verdadeiro clown para contar a história do xadrez. Ainda faço umas 16 enquetes para que eles memorizem o nome de cada peça, função, movimento e valor. Ele riem muito”- conta. Entre o riso e a diversão a batalha para derrubar o rei torna-se a batalha, com vitória, da educação e com o passar do tempo, entre histórias e brincadeiras a professora Claudia se torna a professora maluca, com uma aula que, segundo ela, todos gostam de assistir.

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