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Xadrez eleitoral

votação do impeachment na Câmara dos Deputados pode embolar as alianças e coligações para as eleições municipais de outubro

Bruno Bacchetti
23/04/2016 às 17:12.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:51

A votação do impeachment na Câmara dos Deputados pode embolar as alianças e coligações para as eleições municipais de outubro. As únicas siglas que fecharam questão contra o impeachment foram PSOL e PCdoB, além do próprio PT. Em Campinas, porém, o PSOL já anunciou a ex-vereadora Marcela Moreira como pré-candidata à Prefeitura. Já o PCdoB é aliado do prefeito Jonas Donizette (PSB) e não dá mostras de que vai romper a aliança, reduzindo as opções do PT. Chapa pura? Outra alternativa para o PT pode ser o PDT do ex-prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos. O partido fechou contra o impeachment na Câmara dos Deputados, embora tenha registrado algumas dissidências. Quem também poderia compor com o PT em Campinas é o PSD, repetindo a dobradinha de 2012. Mas as legendas se afastaram em âmbito nacional. Por isso, crescem as chances de o PT disputar a Prefeitura de Campinas com chapa pura. Frase É inaceitável que tantos anos após a Constituição de 1988 ainda haja alguém com a ousadia de defender a tortura. (Do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sobre Jair Bolsonaro).  Guerra eleitoral A menos de seis meses para a eleição municipal, os vereadores da Câmara de Campinas têm passado mais tempo utilizando a tribuna durante as sessões para atacar adversários políticos do que na discussão de projetos. Nas duas sessões da semana passada, por exemplo, os projetos ficaram de lado e o que se viu foram base e oposição se degladiando nos microfones da Casa. Toma lá, da cá O bloco da oposição, formado pelo PT, PSOL e PSD, aproveitou o espaço para criticar o governo Jonas. Entre as acusações foi lembrada até a sindicância aberta pela Prefeitura para apurar possível irregularidade na licitação de merenda vencida pela Coaf, empresa que está no foco do Ministério Público na operação que investiga a fraude na merenda em São Paulo. Revide Por outro lado, parlamentares da base utilizam a tribuna para lembrar as denúncias de corrupção envolvendo o governo PT. A tendência é o clima se acirrar ainda mais com a aproximação das eleições e as propostas para a cidade ficarem deixadas de lado. Participação popular O prefeito Jonas Donizette (PSB) enviou para a Câmara de Campinas o projeto de lei que cria o Orçamento Cidadão. Se a proposta for aprovada no Legislativo, a sociedade poderá participar diretamente na indicação e acompanhamento das demandas aprovadas nas leis orçamentárias. Vinte e seis assembleias já estão agendadas em todas as regiões da cidade para definir onde aplicar os recursos públicos. Repúdio A fala do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do impeachment de Dilma, tecendo loas ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador da ditadura militar, continua dando o que falar. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que seu partido, o PSDB, deve repudiar “com clareza” as declarações do deputado. “É uma ofensa aos cidadãos do País e, muito especialmente, aos que sofreram torturas”, disse FHC em sua página no Facebook. Troca de ideias Pré-candidato à Prefeitura de Campinas, o vereador Artur Orsi (PSD) esteve reunido nesta semana com o vereador paulistano Andrea Matarazzo, candidato do partido na capital paulista. Segundo Orsi, no encontro foram debatidos o “atual momento político e, principalmente, projetos e alternativas que possam impactar positivamente a vida da população”. Assim como o vereador campineiro, Matarazzo tem uma longa história no PSDB e deixou o partido recentemente, insatisfeito com os rumos da legenda.

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