Vereadores da oposição e da situação criticaram a gestão da saúde em Ribeirão, principalmente o grande número de casos de dengue
O que era para ser apenas a votação de uma Comissão Especial de Estudos (CEE), para informar a população a respeito da decisão do Hospital das Clínicas de reduzir atendimentos de baixa e média complexidades, transformou-se em um palanque de apoiadores e opositores da prefeita Dárcy Vera (PSD) na Câmara, para criticar a saúde na cidade.
O primeiro a se pronunciar foi o vereador Jorge Parada (PT), autor do requerimento, dizendo que a prefeita “foi bem” ao conseguir da Secretaria de Estado da Saúde o compromisso de atendimento do HC até que seja feita a repactuação do serviço. “Mas com a CEE temos condições de aprofundar a discussão e discutir inclusive a regulação”, disse o vereador.
Os vereadores que se seguiram não só encaminharam favoravelmente à aprovação da Comissão como criticaram a posição do HC, principalmente da forma como a decisão foi tomada. Mas também apontaram falhas na gestão municipal da Saúde, com críticas à prefeita, ao secretário da Saúde, Stênio Miranda, e aos gerentes de unidades de saúde.
Ricardo Silva (PDT) disse ser necessário olhar a questão orçamentária, de como são utilizados os recursos, e a necessidade de olhar melhor a Clínica Civil do HC. Apesar de os estudos mirarem o HC, do governo estadual comandado pelo tucano Geraldo Alckmin, o vereador Bertinho Scandiuzzi (PSDB) defendeu a CEE. “Não temos nada a esconder”, disse.
Outra tucana, a vereadora Gláucia Berenice, apresentou uma emenda para integrar a CEE. “Precisamos aprofundar a discussão. Muitas vezes ficamos na superfície e no achismo”, apontou. Samuel Zanferidini (PMDB) disse que há má distribuição de verbas para a saúde e cobrou também a ação de deputados estaduais.
LOCAL
O presidente da Câmara, Cícero Gomes da Silva, puxou a fila das críticas à saúde da cidade, dizendo que faltou prevenção à epidemia de dengue e que agora a Secretaria da Saúde se preocupa com estatísticas. “Depois que morreu não adianta fazer estatística. A Secretaria da Saúde não sabia que havia risco de epidemia? Parece que estamos brincando com a saúde”, disse.
Depois dele, os também governistas Walter Gomes (PR), André Luiz da Silva (PCdoB), Genivaldo Gomes (PSD) e Samuel Zanferdini teceram críticas à saúde. André apontou a falta de prevenção, dizendo que unidades de saúde cheias é um reflexo disso. Genivaldo comentou que a prefeita pode estar ouvindo apenas “coisas boas” dos seus assessores.
Já Samuel Zanferdini, depois de tecer críticas, disse que a base não é apenas para apoiar. “Ser da base não significa apoiar coisas erradas, mas também auxiliar nas que estão ruins”.