Time de Zé Roberto abre 2 a 0, deixa empatar, mas consegue bater equipe de Bernardinho por 3 sets a 2
O aperto de mão foi mera formalidade. Desafetos públicos, mas profissionais ao extremo, José Roberto Guimarães e Bernardinho até tentaram evitar contribuir com a rivalidade histórica de dois dos maiores nomes do vôlei nacional. O público, que não tem nada a ver com isso, sabia da expectativa do reencontro, esgotou os 3 mil ingressos e viu, nesta sexta-feira (7), um duelo com todos os ingredientes de uma grande partida. O jogo se arrastou até o quinto set e teve vitória do Vôlei Amil, em Campinas, diante do Unilever, do Rio de Janeiro, por 3 a 2 (parciais de 21/15, 21/15, 19/21, 9/21 e 15/9), pela antepenúltima rodada da fase de classificação da Superliga feminina.O resultado deixou a equipe de Zé Roberto ainda mais perto de ir para os playoffs como a segunda melhor força da competição. Para isso, precisa vencer o Uniara na próxima terça-feira (11), novamente diante da sua torcida. A equipe carioca, por sua vez, segue na terceira posição, mas sob bronca até do próprio Bernardinho.O começo arrasador da equipe campineira, que chegou a abrir sete pontos, mexeu ainda mais com os ânimos dos treinadores. Mesmo na frente, Zé Roberto não parava de corrigir as falhas de posicionamento de sua equipe. Até porque as cariocas, mesmo que em crise por conta de salários atrasados, tinham um nome a honrar e queriam jogo. Mas o técnico campineiro mostrou que é estrategista e tirou a líbero Michelle para aumentar o bloqueio e barrar as ações do Unilever. E, em menos de 22 minutos, o Vôlei Amil fechou até com tranquilidade, em 21/15.Na volta para o segundo set, quem acertou na estratégia foi o Rio, que forçou mais o saque e largou na frente. Daí, quem tomou a decisão de alterar a maneira de jogar foram as próprias campineiras, que improvisavam o quanto podiam para driblar a marcação da rede adversária. A virada veio logo e o set foi novamente fechado pelas anfitriãs em novos 21/15.Estava fácil, tranquilo demais para deixar o rival reagir. E foi exatamente o que aconteceu. As campineiras pagaram caro pelo salto alto e viram as cariocas jogarem mais sério, virarem um placar que parecia impossível (18/13) e vencer o terceiro set por 21/19.O jogo mudou de tom e quem parecia estar em casa era o Rio. As campineiras erravam além da conta e tomaram um baile técnico no início da quarta parcial. A queda de rendimento chegava a ser preocupante e os erros fizeram Zé Roberto desistir até de orientar as jogadoras na segunda parada técnica. Pelo que jogava, as campineiras já não mereciam a vitória e a decisão foi para o tiebreak com um massacre do Rio por 21/9.A torcida, que não parou de apoiar as campineiras, pode ficar com os méritos pela reação da equipe. O equilíbrio se manteve ponto a ponto, mas seria injusto estragar a festa dos milhares de torcedores que fizeram da Arena Amil o sétimo jogador. Final: 15/9, com ponto da melhor jogadora em quadra, Tandara.