JOGO RÁPIDO

Virtudes técnicas e mentais

Coluna publicada na edição de 8/3/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
09/03/2018 às 07:35.
Atualizado em 22/04/2022 às 16:49

A vitória do Guarani em Limeira comprova o que o time já vem sinalizando desde o final de janeiro. Depois de disputar quatro edições seguidas da Série A2 como um coadjuvante conformado com sua permanência na divisão, o Bugre finalmente se comporta como um favorito ao acesso. A torcida sente o bom momento e vem comparecendo em número cada vez maior no Brinco de Ouro. E mesmo na noite de uma quarta-feira chuvosa, 895 bugrinos foram a Limeira. Na manhã de domingo, esse número deve ser superado no acanhado e tradicional estádio da Rua Javari. Isso vai acontecer porque o time dirigido por Umberto Louzer consegue transmitir confiança ao torcedor. Com gols de Erik e Bruno Mendes, o Guarani conquistou a sua terceira vitória consecutiva fora de casa, o que é difícil em qualquer competição. Para valorizar seu feito, bateu uma Inter que tinha 100% de aproveitamento em seu estádio na Série A2. E que não perdia diante de sua torcida há 17 jogos. Durante toda a temporada de 2017, o Guarani venceu seis vezes fora de casa (quatro na Série A2 e duas na Série B). Metade disso já conseguiu em partidas seguidas. A média de gols do Guarani é maior nos jogos realizados fora de Campinas do que no Brinco. Isso é um sinal de que Umberto Louzer não fala por falar quando diz que arma o seu time da mesma forma, independentemente do local da partida. O caminho para o Paulistão ainda é longo e difícil. Nem mesmo a classificação à semifinal está assegurada e o elenco sabe disso. Vários jogadores fizeram essa ressalva na quarta-feira. Mas fica claro que as chances de classificação são enormes. Além fazer boas apresentações, o time não se abala com eventuais tropeços no Brinco, como a derrota para o XV de Piracicaba e o empate com o Rio Claro. Nos dois casos, o time conquistou três pontos fora de casa na rodada seguinte. Esse equilíbrio emocional se reflete em outras áreas. O Bugre é um time muito disciplinado. Recebe poucos cartões amarelos e em 11 rodadas nenhum atleta ficou fora de uma partida para cumprir suspensão. Com todas essas virtudes — técnicas e mentais —, o Guarani caminha a passos largos para a classificação. No mata-mata, a história será diferente e o trabalho de meses será avaliado em apenas 180 minutos. Mas, pela primeira vez em cinco anos, o time consegue se portar como um favorito em uma competição que, por sua tradição, não deveria sequer disputar.

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