JULIANNE CERASOLI

Virou um leilão

26/10/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 07:28

O mercado de pilotos para a temporada 2014 parece travado, quem diria, por Pastor Maldonado. O venezuelano da Williams não cansa de repetir que tem contrato para o próximo ano, mas também deixou clara sua insatisfação com um time que errou no carro atual e não conseguiu se encontrar desde então.Mas o que Maldonado tem de tão especial? São três anos de experiência na Fórmula 1– entre os que ainda não têm equipe confirmada para 2014, apenas Felipe Massa e Adrian Sutil têm mais —, velocidade comprovada (ainda que falte consistência e sobre arrojo) e, é claro, um bolso polpudo, fruto do dinheiro da petrolífera estatal venezuelana PDVSA.Principalmente este último item da lista torna Maldonado atraente para a Lotus, que atravessa dificuldades financeiras. A equipe, usada por seus gestores como plataforma para outros negócios, costuma conviver com problemas de fluxo de caixa, agravados pela falta de um grande patrocinador. O time tenta fechar com um grupo de investimento árabe — na verdade, o negócio foi anunciado há meses, mas o dinheiro nunca chegou — e essa incerteza está barrando a decisão sobre a dupla de pilotos para 2014. Basicamente, se a grana chegar, a vaga é de Nico Hulkenberg, que não tem patrocinadores fortes. Caso contrário, Maldonado seria o melhor “pacote”.É esse movimento que os dois pilotos que, até há algumas semanas, pareciam os pilares da dança das cadeiras, esperam. Se Maldonado realmente for o escolhido da Lotus, Hulkenberg sobra e Massa aparentemente ficaria com a vaga do venezuelano na Williams. Caso isso ocorra, o futuro do alemão, considerado por muitos o melhor entre os que estão atualmente no meio do pelotão, seria um retorno à Force India.A outra vaga que deixa todos em compasso de espera é na McLaren. Não é comum a equipe demorar tanto para confirmar a continuidade de Sergio Perez. Problemas com o dinheiro vindo do México, desconfiança com a performance do piloto, dificuldade para encontrar alguém que queira assinar por apenas um ano, já que o verdadeiro plano seria promover Kevin Magnussen, membro do programa de jovens pilotos: já foi dito um pouco de tudo sobre o time, mas ninguém sabe ao certo em que esbarra uma confirmação.A nota triste de tudo isso é que está claro que é o dinheiro que está travando as negociações cada vez em mais equipes. O modelo de gestão da Fórmula 1, em que só o promotor realmente lucra, é sustentável para três ou quatro times. Ninguém leiloa vagas porque quer, mas, sim, por sobrevivência.

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