CAMPINAS

Viracopos quer dar fim a sucata em seu terminal

Aeroporto pretende usar área ocupada por quatro aeronaves para ampliar pista de taxiamento

Inaê Miranda
11/06/2013 às 05:01.
Atualizado em 25/04/2022 às 12:44

A Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos busca o apoio da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) para acabar com o cemitério de aviões existente desde 2004 no terminal aéreo. Uma reunião realizada nesta segunda-feira (10) em Brasília terminou sem definição, mas uma nova discussão deve acontecer nas próximas semanas.

Com a ação do tempo, as quatro aeronaves se tornaram sucatas com pouco valor comercial. A dívida acumulada com a Infraero e com a concessionária pelo uso de um espaço de aproximadamente 15 mil metros quadrados nesses nove anos chega a R$ 6 milhões. Com a remoção dos aviões, a concessionária pretende ampliar a pista de taxiamento e construir novos hangares.

Dos quatro aviões, dois modelos DC-8 pertencem à empresa Skymaster. Um está no aeroporto desde 2004 e outro desde 2009. Os outros dois modelos, um DC-8 da Montini Air e um Boeing 737 da Vasp, também estão no local desde 2004. No mesmo espaço, está sendo desmontado o avião da Centurion Cargo — que quebrou em Viracopos no ano passado e deixou o aeroporto parado durante 45 horas — além de duas aeronaves apreendidas pela Receita Federal. Esses três não significam problema para a concessionária porque já têm destinação certa. O cargueiro deve ser retirado do espaço em até dois meses. “Os dois pequenos apreendidos pela receita, a Polícia Federal vai resolver”, afirmou Marcelo Mota, diretor de operações da Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos.

Pelo tempo e defasagem tecnológica, as quatro aeronaves não têm tanto valor econômico, mas ocupam uma área que impede a ampliação do aeroporto. Segundo Mota, a preocupação nem é em receber o valor da dívida, que só com a concessionária é de R$ 1,1 milhão, mas com o espaço. “Para Viracopos, especificamente, o importante é resolver o problema para facilitar a expansão do aeroporto. Não queremos transformar os aviões em fonte de receita, mas dar uma destinação para o terreno”, disse. Com a retirada das aeronaves, a concessionária pretende ampliar a pista de taxiamento para agilizar a movimentação de aeronaves e construir hangares.

Segundo Mota, empresas de sucata e um parque temático demonstraram interesse em adquirir as aeronaves. “Se autorizado pela Justiça, o síndico da massa falida poderá abrir leilão ou vender as aeronaves pelo melhor preço”.

CNJ

Uma reunião realizada nesta segunda-feira (10) entre a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) e representantes de Viracopos e de outros aeroportos brasileiros para discutir uma destinação para as aeronaves que ocupam espaço nos terminais terminou sem definição para Viracopos. As discussões irão prosseguir. Segundo a CNJ, há duas possibilidades: o desmanche ou a venda da aeronave inteira. Na reunião, foram definidos os próximos aeroportos que serão alvo do programa Espaço Livre Aeroportos: Galeão e Confins. O prazo limite para decidir o que fazer com os aviões que estão no pátio desses dois aeroportos é 30 de agosto.

O programa Espaço Livre foi criado em fevereiro de 2011 com a finalidade de remover dos aeroportos toda a sucata de aviões pertencente a empresas aéreas que faliram nos últimos anos e que ainda ocupam espaço nos terminais. A CNJ programou desmontar no dia 2 de agosto cinco aeronaves pertencentes à massa falida da Vasp em Salvador e Recife.

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