Viracopos inicia projeto para receber trem-bala
Empresa responsável pelo TAV e concessionária se reúnem para definir estação no aeroporto
Obras do novo terminal de Viracopos, que será ligado à estação do futuro trem de alta velocidade (Dominique Torquato/ AAN)
A Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos iniciaram ontem os trabalhos para definir a localização da estação do futuro trem de alta velocidade (TAV) dentro do aeroporto e, além da obra de engenharia, a equipe também começa a trabalhar na definição dos sistemas para que o passageiro do trem acesse o aeroporto com rapidez e conforto.
O projeto do novo terminal de passageiros, com capacidade para 14 milhões de usuários e que estará concluído em maio de 2014, reservou o espaço para a estação do trem, que chegará ao aeroporto em via subterrânea até 2020.
O presidente da concessionária, Luiz Alberto Küster, disse ontem, após reunião com membros da EPL e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que as equipes trabalharão integradas para permitir que a estação e os acessos sejam os mais modernos, confortáveis. “Seremos o maior e melhor aeroporto da América Latina”, disse.
O superintendente da EPL, Hélio Mauro França, afirmou que os dois modais modernos serão integrados. Como os serviços serão operados por duas concessionárias — uma para o trem ainda a ser definida em leilão e outra para o aeroporto, que já assumiu a operação — França acredita que será possível, no futuro, um acordo com as companhias aéreas para que o check-in seja feito no embarque do trem.
O passageiro compraria sua passagem no trem junto com a do avião e com o bilhete de embarque — a bagagem seria despachada já do trem, para que, quando saísse do TAV em Viracopos não tivesse que se preocupar com malas e pudesse ir direto para o embarque. “Mas isso é futuro”, disse.
A próxima reunião de trabalho das duas equipes será dia 21, para iniciar os detalhamentos de engenharia da futura estação. As estações — Campinas terá uma no Centro e outra em Viracopos — são fator chave do sucesso do trem de alta velocidade, segundo o diretor da EPL.
O edital de concessão para exploração de serviço público de transporte ferroviário de passageiros por trem de alta velocidade foi publicado em dezembro do ano passado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O leilão que definirá o grupo responsável pela operação, manutenção e conservação do TAV está programado para o dia 19 de setembro deste ano, na Bolsa de Mercadorias e Futuros da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa).
No local, estão previstas reuniões de esclarecimento do edital e seus anexos no dia 19 de março.
O apoio do BNDES será na modalidade de project finance, modelo de financiamento em que o fluxo de caixa do projeto é considerado a fonte primária de recursos para atender aos serviços do empréstimo, servindo como garantia os ativos e recebíveis desse mesmo projeto.
O apoio do banco terá um prazo máximo de 30 anos. O valor do financiamento será até R$ 5,3 bilhões na data-base de dezembro de 2008, corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A participação do BNDES, porém, está limitada a 80% dos itens financiáveis ou a 70% do investimento total.
O novo terminal de passageiros de Viracopos será uma moderna estrutura em concreto, aço e vidro, com 28 pontes de embarque, sete novas posições remotas de estacionamento de aeronaves e um edifício-garagem com 4 mil vagas.
Será um edifício sustentável, com uso de energia solar, água de chuva e vai privilegiar a luz natural.
O novo aeroporto segue o conceito de aeroporto cidade e estão previstos hotéis, shopping center e centro de convenções.
A concessionária já está recebendo propostas de bandeiras hoteleiras que desejam se instalar em Viracopos.
Saiba mais
A EPL publicou ontem o aviso de licitação para a contratação de empresa para gerenciamento, supervisão e apoio técnico às atividades necessárias para a implantação do trem de alta velocidade.
O Regime Diferenciado de Contratação, criado pela Lei 12.462/2011, permite a flexibilização de licitações e contratos destinados às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para a Copa das Confederações de 2013, Copa do Mundo de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
