Opinião

Viracopos, Copa, Olimpíada e caos

Praticamente as vésperas de grandes eventos esportivos no país, alguns gaps começam a emergir

Bianca Pissardo
17/10/2012 às 14:12.
Atualizado em 26/04/2022 às 20:20

Praticamente as vésperas de grandes eventos esportivos no país, alguns gaps começam a emergir.

Um deles aconteceu recentemente em Campinas, uma das sedes que vai receber esportistas para a Copa do Mundo, diga-se de passagem.

Um cargueiro interditou por 45 horas o Aeroporto de Viracopos no último dia 13 de outubro, cancelando voos, causando transtornos e colocando em dúvida a capacidade da região, e até do Brasil de receber a demanda dos jogos.

“O país da 'aceleração do crescimento' deixa um aeroporto fechado por 45 horas por causa de um pneu furado no avião?” Questiona Marcelo Tas no facebook.

Tem marca de cerveja fazendo “piada” com o “negativismo” do brasileiro que questiona a estrutura do país. “Os aeroportos estarão lotados! De gente feliz e que torce pela seleção.” Ou algo nesse gênero.

Tem também os otimistas de plantão que acreditam no jeitinho brasileiro.

Mas é importante não esquecer que o caos se estende para àqueles que usam metrô todos os dias em horários de pico, nos trens lotados, em ônibus sucateados. Essas pessoas que não fazem check-in também vivem na esperança pelo trem de alta velocidade (TAV) ou pelo menos por um transporte público menos caótico.

Acidente de carro vira paisagem na mídia; acidente de avião ganha manchete.

Trem lotado já não é mais notícia “quente”; Aeroporto com overbooking ou pista interditada vende mais.

Não é desmerecimento ou exaltação de uma ou outra situação, mas encarar com o mesmo peso esses problemas no Brasil.

Para alguns estudiosos a verdade é que a Copa do Mundo e as Olimpíadas podem ser um tiro no pé do governo, que fala aos quatro ventos que passamos muito bem pelas crises mundiais e que o Brasil é um país de todos.

As desocupações para construção de estádios não é divulgado, por exemplo.

Coisas que o Brasil hoje esconde, logo menos estará debaixo de holofotes do mundo inteiro e talvez seja difícil de continuar mascarando.

Segundo Aldo Rebelo, ministro do Esporte, está tudo correndo bem, dentro do previsto e mesmo as obras não essenciais estarão prontas. Aguardamos ansiosos por isso.

Para quem lembra, na Copa do Mundo na África do Sul, mídias de todo o mundo mostraram um lado não tão bonito de pessoas sedentas que talvez não consigam ganhar nem em duas gerações o valor gasto para receber políticos e diplomatas em camarotes de luxo.

Mesmo algumas marcas usando frases feitas e positivas para falar sobre nossa Copa e nossa Olimpíada, o povo brasileiro quer ver mais. Quer, no mínimo, ver serviços básicos sendo bem executados, como por exemplo, a agilidade na liberação do Aeroporto de Viracopos evitando transtornos, perda de dinheiro, perda de reuniões e consequentemente a perda da fé.

Os holofotes ainda não estão todos voltados para nós, mas alguns canhões de luz vez ou outra expõem o país do carnaval e do futebol a situações nada boas.

Para saber mais sobre a cobertura do Grupo RAC, veja matérias relacionas que já foram publicadas:

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