CARGAS

Viracopos bate recorde de importações

Fim de "guerra" fiscal entre os portos provoca migração do modal marítimo para o aeroporto

Adriana Leite
12/04/2013 às 05:06.
Atualizado em 25/04/2022 às 20:41
Movimentação no terminal de cargas de Viracopos bateu recorde em março (Cedoc/RAC)

Movimentação no terminal de cargas de Viracopos bateu recorde em março (Cedoc/RAC)

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, bateu recorde histórico de cargas importadas para o mês de março neste ano. O volume atingiu 15.942 toneladas. O fim da “guerra dos portos” e a retomada, ainda que lenta, da atividade econômica, impactaram os números do mês. A quantidade representou um aumento de 12,60% em relação a igual período do ano passado. No trimestre, as compras de insumos e produtos em outros países somaram 39.138 toneladas.

De acordo com dados oficiais, houve um pequeno crescimento nas importações, de 1,35% em relação a 2012, quando o acumulado dos três primeiros meses foi de 38.616 toneladas. As exportações no período chegaram a 15.781 toneladas. O resultado representou uma queda de 27,17% sobre a movimentação do trimestre inicial do ano anterior, cujo total foi de 21.794 toneladas. O cenário internacional em crise ainda repercute sobre as vendas de produtos nacionais no Exterior.

O presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de São Paulo, Valdir dos Santos, afirmou que o fim da batalha fiscal entre os portos neste ano, depois das novas regras instituídas por meio da Resolução do Senado Federal nº 13/2012, para regular a carga tributária, provocou uma migração de parte das cargas que vinham pelo modal marítimo para o aéreo.

“O movimento tem maior impacto sobre a carga que chega nos aeroportos do Sudeste, principalmente em Guarulhos e Viracopos, que são os maiores centros de distribuição de mercadorias do País. Não há mais vantagem da tributação menor em portos.” Para ele, a tendência é de aumento dos despachos nos dois terminais.

Mesmo que ainda tímida, a retomada da atividade econômica também influencia na entrada e saída das cargas. “Com as indústrias voltando a produzir, a chegada de insumos deve ter uma elevação”, afirmou Santos. Entretanto, o presidente da entidade acentuou que o frete e as tarifas aduaneiras também impactam a escolha das empresas.

“Dependendo da carga e da urgência, pode ser mais vantajoso para o importador ou exportador utilizar o transporte marítimo”, comentou. O representante do setor afirmou que o mercado espera que a concessão de Viracopos traga maior competitividade entre as tarifas aplicadas nos aeroportos brasileiros. “A relação entre os terminais é a mesma praticada antes da concessão”, disse.

O gerente de Negócios de Carga da Aeroportos Brasil Viracopos, Hélio Dapena, comentou que as perspectivas futuras do terminal são muito boas. “As empresas estão demonstrando interesse com os investimentos que estão sendo aplicados. Com a ampliação do terminal de passageiros, haverá mais opções de voos regulares e as operações vão compartilhar o transporte de passageiros e o de cargas. A área de cargas também receberá investimentos.”

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