LÍQUIDO & CERTO

Vinhos para os sabores de inverno

02/06/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 14:12

O frio está chegando e os programas intimistas começam a entrar na agenda. O período é perfeito para reuniões em torno do fogão, da lareira, na cozinha ou próximas a ela. E o cardápio deve ser substancioso e farto, a ponto de fornecer calorias extras que mantenham o corpo aquecido. Os vinhos seguem a tendência. São encorpados, viris o bastante para fazer frente à profusão de carnes, queijos, cozidos e molhos. Ainda que não se exija que a bula de regras de harmonização seja seguida à risca, não custa lembrar de alguns conceitos básicos dessa saborosa brincadeira.

A primeira é tomar cuidado com o sal, principalmente dos pratos com embutidos defumados. Como sabemos, o sal briga com os taninos dos tintos. Portanto, se você é daqueles que adoram potência, escolha bem o Tannat, o Barolo, o Amarone e o Cabernet Sauvignon, pois vinhos de qualidade têm taninos elegantes e vão fazer boas parcerias com a gordura das carnes. Ou, mais fácil, fique com os gentis Merlot, Pinot Noir, Chianti e Cabernet Franc e estamos conversados. Assim resolvemos boa parte dos pratos de inverno. É fácil, mas vamos por partes, sem complicar, pois o que vale mesmo é o calor humano que esses encontros proporcionam.

Podemos começar com a fondue, tradição pra lá de recomendada por seu espírito de compartilhamento e pela graça de podermos nos acomodar em volta do elegante fogareiro do aparelho de preparação. A fondue de queijo, receita suíça à base de emmental e gruyère, vai bem com um Chardonnay encorpado com passagem em carvalho. A versão com carne combina com Carbernet Sauvignon ou Merlot. Já a fondue de chocolate pede vinhos de sobremesa, como o Porto, o Moscatel e o Tokay.

A polenta mole, em alta na gastronomia, inclusive recebendo ingredientes finos, como azeites especiais, trufas e cogumelos, se dá muito bem com o Pinot Noir. Se tiver a companhia de um ragu de cordeiro, também em alta e perfeito para o prato, opte por um Carménère. Generoso, o cassoulet, prato de origem francesa, precisamente de Languedoc-Roussillon, à base de feijão-branco e misto de carnes de aves e porco, merece um vinho da região correspondente, um Côtes Roussillon. Se tiver difícil, um bom Merlot resolve – o importante é que o efeito seja macio na boca.

Ainda no campo das comidonas maravilhosas, o puchero, nascido na Espanha, é imperdível. Feito com grão-de-bico, carne de porco, batata, repolho e legumes, o prato é uma festa de sabor. Portanto, merece um Cabernet Sauvignon ou um Tannat um pouco mais caprichado. Por fim, a nossa feijoada: se se lembrar do perigo do sal, valem os tintos envelhecidos, com seus taninos educados. Saúde!

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por