CAMPINAS

Viaduto registra a quarta queda em 45 dias

Motociclista sobrevive após cair de uma altura de 4m no mesmo trecho onde ônibus despencou

Luciana Félix
10/09/2013 às 22:02.
Atualizado em 26/04/2022 às 01:46
Banca de frutas amorteceu queda de motociclista do viaduto (Janaína Maciel/Especial para AAN)

Banca de frutas amorteceu queda de motociclista do viaduto (Janaína Maciel/Especial para AAN)

Um novo acidente no Viaduto Miguel Vicente Cury, no Centro de Campinas, deixou uma pessoa ferida nesta terça-feira (10). A vítima foi um garçom, que despencou do elevado ao passar pelo local pilotando uma moto. Por sorte, ele caiu sobre uma banca de frutas e teve ferimentos leves. A queda, de uma altura de 4 metros, foi a quarta registrada no trecho em um período de apenas 45 dias.O trecho onde o garçom se acidentou é o mesmo onde, no mês de julho, um ônibus articulado despencou matando uma pessoa e deixando outras 24 feridas. Em julho, um Monza guiado por um motorista alcoolizado se chocou contra a defensa metálica. E, um dia antes do acidente com o ônibus, um motorista que fugia da Polícia Militar (PM) em alta velocidade, caiu com o carro que dirigia do viaduto.Especialistas consultados pela reportagem defendem que uma inspeção mais rigorosa no elevado deve ser feita pela Prefeitura para descobrir o que está ocorrendo. Eles alegam que é preciso redefinir novos equipamentos sinalizadores e de segurança no local. Afirmam, também, que seria necessário implantar redutores de velocidade ou até radares para evitar excesso de velocidade e novos acidentes no trecho do viaduto.O viaduto é alvo de críticas do Sindicato dos Rodoviários de Campinas e Região, que reclama da estrutura viária dizendo que é ultrapassada para comportar o trânsito atual e que o trecho onde o ônibus caiu tem uma inclinação que acaba potencializando os acidentes, principalmente com ônibus. O sindicato entrará com uma ação na Justiça contra o laudo apresentado pelo Instituto de Criminalística (IC) que apontou o excesso de velocidade como o causador do acidente no mês de julho. O motorista do coletivo foi indiciado pela polícia por homicídio culposo (sem intenção) e lesão corporal.Já a Prefeitura afirma que refez a defensa do local dos acidentes, além de ter arrumado a pavimentação do elevado com o custo de R$ 800 mil. A Administração disse ainda que um novo estudo, mais profundo, será feito no viaduto, mas só quando ficarem definidos onde ficarão as estações do Bus Rapid Transit (BRTs) e do Trem de Alta Velocidade (TAV) no entorno do Cury.Eles também afirmaram que não é possível fazer um estudo concreto com a presença dos camelôs no local. A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) informou que já refez a pintura de sinalização de solo e de placas no trecho do viaduto.O acidenteO garçom Fernando Antonio da Silva Júnior, de 24 anos, afirmou à polícia que seguia pela via no sentido bairro-Centro quando perdeu a direção da moto, bateu no guard rail e foi lançado para fora do viaduto. A reportagem tentou entrar em contato com o motorista, mas ele preferiu não comentar o acidente. Um amigo que retirou a moto envolvida no acidente, afirmou que ele está bem.“Ele disse que tinha pedra na pista. Tentou frear, acabou perdendo o controle da moto e bateu na mureta. Ele teve muita sorte porque poderia ter morrido”, disse Josenildo Campos Filgueira. O amigo ainda disse que o garçom havia pedido demissão de um restaurante na semana passada e deve voltar para Pernambuco, onde nasceu. “Ele está assustado com o acidente. Imagina o susto.”O rapaz chegou a ficar com a perna presa em parte do telhado da banca de frutas onde caiu, na Rua Cônego Cipião. Soldados do Corpo de Bombeiros foram ao local para retirá-lo. A vítima foi socorrida por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti com dores no peito. Silva Júnior foi liberado ainda de madrugada.

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