JULIANNE CERASOLI

Vexame à francesa

Julianne Cerasoli
24/07/2015 às 22:52.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:30

O GP da Hungria marca a metade da temporada da Fórmula 1, mas já tem equipe torcendo para que o ano acabe logo. São cinco os pilotos que já estouraram o limite de quatro unidades de potência no ano – e que vivem a impossível missão de passar pela segunda parte do campeonato evitando ao máximo novas punições. O problema é localizado: Fernando Alonso e Jenson Button, da McLaren, Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat, da Red Bull, e Max Verstappen, da Toro Rosso, são aqueles que não estão munidos, nem dos poderosos Mercedes, nem dos evoluídos Ferrari. O único piloto que usa o Renault e está escapando – por enquanto – da lista dos punidos é Carlos Sainz, mas o espanhol está usando seu último motor de combustão e é uma questão de tempo para a pena chegar. Porém, se as dificuldades dos japoneses já são difíceis de entender chegando nesse ponto do campeonato sem demonstrar grandes evoluções nem de performance, nem de confiabilidade, a situação que mais chama a atenção é a da Renault. Os franceses começaram o ano passado perdendo terreno e quebrando muito, mas ao menos ganharam confiabilidade ao longo do ano – e empurraram Ricciardo para três vitórias, sendo duas delas em Canadá e Bélgica, circuitos em que a potência é importante. Mesmo que as Mercedes tenham tido problemas em ambos os GPs, ao menos o conjunto Red Bull-Renault estava funcionando bem o bastante para aproveitar-se disso. O mesmo está longe de acontecer em 2014. A Renault parece ter dado um passo atrás, voltou a quebrar muito e parece lenta para resolver seus problemas. Tanto, que os franceses, com nove etapas disputadas, ainda não gastaram nenhum dos 14 tokens que têm à disposição para desenvolver seu motor. Pior: de acordo com a Red Bull, a primeira atualização só é esperada para o GP da Rússia, a 15ª das 19 etapas do campeonato. E, quando isso acontecer, muito provavelmente todos seus pilotos serão punidos, uma vez que a utilização de uma atualização acarreta na troca do motor. O responsável pelo projeto da F-1 dentro da Renault, Bob White, explicou recentemente que a decisão de não usar os tokens por enquanto foi pela dificuldade em garantir que eles não prejudicariam ainda mais a frágil confiabilidade do motor. A cada explicação vinda dos franceses, fica mais difícil justificar uma dificuldade tão grande em lidar com um novo regulamento que a própria Renault forçou para que fosse aprovado. Sem querer colocar a mão no bolso para resolver suas questões, podem ser estes os tristes capítulos finais de mais uma passagem da tradicional marca na categoria.

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