Poucas vezes me vi diante de tamanho dilema: como definir em apenas uma página um lugar tão versátil e abrangente? Porque, ainda que tente evitar rótulos, buscar a “identidade” de um bar é tão necessário quanto indispensável. Mas com o Bar do Jair nenhuma receita – com exceção das que saem da cozinha – é capaz de definí-lo por completo. A casa, consagrada e adorada desde 1989, transforma-se a cada verão. E para melhor.
Na última quarta-feira, enquanto trocava ideia com meu parceiro Capela, observava a casa com a neutralidade de um freguês nem tão íntimo assim. E deu para notar que no Bar do Jair todos, do garçom ao gerente, dedicam-se ao lugar com o mesmo prazer da freguesia. No ambiente, redecorado pelo artista Nénão, o samba é obrigatório e também contribui para deixar tudo mais à vontade.
Mas, difícil mesmo, é rotular o extenso cardápio do boteco. Só de coxinha há mais de 30 tipos. Bolinhos, então, nem se fala. Há também espetinhos, escondidinhos e lanches que, mesmo quando clássicos, ganham sempre tratamento especial. Um croquete no Bar do Jair, por exemplo, pode ser um croquete “normal” ou feito com costela ou pernil. Duas opções, aliás, que merecem figurar entre as melhores da cidade. Obra do chef Alex, que não titubeia em levar para o forno e fogão toda e qualquer sugestão dada pelos amigos e clientes.
O Bar do Jair também é bom de sacada quando o assunto é bebida. A moda da vez é a caipiroska de litro, feita para circular na mesa enquanto a roda de samba esquenta o clima, que é de um boteco sem rótulos.
BAR DO JAIR
Rua Eduardo Modesto, 212, Barão Geraldo, f. 3308-4825. Aberto de terça a sábado das 17h30 às 23h30.
