JOGO RÁPIDO

Vantagem merecida. Castigo também

Coluna publicada na edição de 28/10/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
28/10/2018 às 03:00.
Atualizado em 06/04/2022 às 00:42

O Brasil respira eleição hoje e desejo que, ao final do dia, possa celebrar a conquista de um futuro melhor do que aquele que vislumbramos nesse momento de forte crise. Mas daqui a algumas horas torcedores do Rio Grande do Sul e de São Paulo estarão na torcida pelo sucesso — ou pelo fracasso, no caso de colorados, são-paulinos, corintianos e santistas — dos representantes do País na semifinal da Copa Libertadores. Os dois duelos estão indefinidos, mas as chances de termos festa em Porto Alegre é muito maior do que em São Paulo. E a verdade é que o Grêmio fez por merecer, em Buenos Aires, essa vantagem em relação ao Palmeiras. Na terça-feira, o Grêmio enfrentou o River Plate. Muito forte no Monumental de Núñez, onde não erra derrotado desde novembro de 2017, o River Plate tomou a iniciativa de atacar os gaúchos. Teve mais posse de bola, finalizou mais, conquistou dez escanteios contra apenas três do adversário e por aí vai. Normal que tenha sido assim, principalmente se levarmos em consideração que o Grêmio não tinha Everton e Luan, dois de seus melhores jogadores. Mas mesmo sem seus principais atacantes o Grêmio não abriu mão de jogar. Embora cauteloso, procurou incomodar o sistema defensivo do River. E foi recompensado. Fez um gol com Michel em lance de bola parada e mesmo em vantagem não chamou o argentinos para a sua área. O Grêmio teve chances reais de ampliar o placar. Ao final, saiu de campo com uma vitória que lhe dá o direito de jogar pelo empate diante de sua torcida. Na quarta, o Palmeiras foi à La Bombonera. Com o elenco mais caro do continente e mais opções, o Palmeiras deveria ter adotado uma estratégia semelhante à utilizada por Renato Gaúcho na véspera. Não haveria mal algum em deixar o time com uma postura defensiva, desde que, em alguns momentos, o Palmeiras também utilizasse sua qualidade ofensiva para segurar a bola no ataque e, se possível, incomodar o goleiro Rossi. Mas Felipão adotou uma estratégia diferente. Só tentou atacar com ineficientes chutões para frente, estratégia facilmente controlada pelos argentinos. Dudu e Willian, atacantes mais perigosos do time, se preocuparam mais em marcar os laterais adversários do que em agredir. Borja morreu de fome lá na frente. Defensivamente, o Palmeiras até que vinha bem. Mas em poucos minutos tudo mudou. Benedetto saiu do banco, fez dois gols e deixou o Boca muito perto da final. O Grêmio fez por merecer a vantagem que terá na terça-feira. O Palmeiras não pode reclamar do tamanho de seu desafio na quarta.

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