JOGO RÁPIDO

Vai melhorar. E vai melhorar muito

Coluna publicada na edição de 26/2/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
26/02/2019 às 02:00.
Atualizado em 05/04/2022 às 00:48

A CBF anunciou a utilização do árbitro de vídeo em todos os 380 jogos do Brasileirão 2019. A medida é extremamente positiva para o futebol brasileiro, mas é preciso ter consciência de que o VAR não vai acabar com os erros de arbitragem. A grande vantagem de se adotar a tecnologia é que ela permitirá reduzir drasticamente o número de erros, mas isso não impedirá que algumas partidas tenham seus resultados alterados por falhas da arbitragem. Isso será inevitável. É muito importante que dirigentes, atletas, treinadores e jornalistas tenham essa noção. Já vimos em outros casos críticas pesadas ao VAR, o que pode passar ao torcedor a sensação de que o sistema é ineficiente. Na realidade, o sistema não é perfeito, mesmo porque a interpretação da imagem é feita por árbitros de carne e osso. Mas é inegável que o VAR será muito útil para a arbitragem. Lances difíceis podem ser esclarecidos pelo vídeo e erros escandalosos — como o gol de mão de Maradona contra a Inglaterra na Copa de 1986 ou o gol claríssimo de Lampard no Mundial de 2010 que o juiz não viu — também. É importante que a CBF e as federações mais importantes consigam viabilizar a implantação do recurso eletrônico no maior número possível de competições. Episódios como o da final do Paulistão de 2018, entre Palmeiras e Corinthians, e o do recente confronto entre Aparecidense x Ponte Preta, pela Copa do Brasil, são extremamente danosos à imagem do futebol. Erros durante a partida acontecem, são inevitáveis e fazem parte do esporte. Mas tentar corrigir um erro de forma proibida pela Fifa é inaceitável. Nesse caso, o erro de mudar uma decisão é intencional. A decisão a favor Ponte Preta no julgamento de sexta-feira no STJD foi surpreendente porque, se mantida em um eventual recurso do clube goiano, abrirá um precedente perigoso. Ontem a Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) contestou a decisão do STJD com uma determinação clara da Fifa sobre o assunto: “As decisões do árbitro sobre fatos relacionados ao jogo, incluído o fato de um gol ter sido marcado ou não e o resultado da partida, são definitivas." A melhor forma para evitar que o futebol brasileiro sofra com uma enxurrada de processos semelhantes é implantar o VAR nas competições mais importantes. Certamente não é um recurso infalível, mas é muito melhor do que temos no momento. O que aconteceu em Aparecida de Goiânia deixa isso claro.

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