REAÇÃO

USP terá rede de apoio a vítimas de abuso sexual

Grupo de quase 250 professoras se une para combater o machismo na instituição e em outras faculdades

28/04/2015 às 20:13.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:15

Um grupo de quase 250 professoras da Universidade de São Paulo (USP) criou uma rede de combate à violência sexual e ao machismo na instituição. A ideia é também ajudar no acolhimento às vítimas de abuso em todas as faculdadesA rede, exclusivamente formada por mulheres, começou neste mês e, na quinta-feira (23), o grupo fez o primeiro encontro na Faculdade de Medicina. Além de ajudar as vítimas, elas vão fazer campanhas de conscientização e discutir mudanças nos códigos de ética e nos processos de apuração dos casos."Um dos problemas é o corporativismo", afirma Heloísa Buarque, uma das criadoras da iniciativa e professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). "Algumas das unidades abafaram os casos e não quiseram apurar. Isso não está funcionando", acrescenta. O grupo, que ganhou o nome de Quem Cala Consente também reivindica mais ações da reitoria contra os abusos sexuais. "Ainda não estão dando o devido valor a essa questão. Está sendo tratado como um problema secundário, mas não é", defende Heloísa. A rede já tem outra reunião marcada para 27 de maio, na Faculdade de Saúde Pública da USP. A reitoria não comentou o projeto. No fim do ano passado, a administração da universidade reforçou a atuação da Comissão de Direitos Humanos da USP. O órgão tem o papel de supervisionar a apuração das queixas de abusos e centralizar o registro de ocorrências.

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