Uruguai, a terra do Tannat!

É impressão minha ou o brasileiro está mesmo com um olhar mais curioso para os nossos vizinhos uruguaios? Sim, porque falar de vinho sul-americano, até então, sempre foi alternar no topo do prestígio Chile e Argentina. Só de vez em quando alguém declarava paixão pelo Tannat, o poderoso vinho que se tornou cartão de visitas do Uruguai. Hoje, amigos enófilos comentam sobre suas descobertas em viagens de turismo ao país e se mostram entusiasmados não só pelos vinhos, mas também pelas cidades, apontadas como limpas e civilizadas, status reforçado com a recente liberação da maconha para fins medicinais.     Foto: Reprodução Sou simpática a algumas distinções dadas por especialistas à enologia uruguaia. Uma delas diz tratar-se do “vinho mais Velho Mundo do Novo Mundo”. Sem dúvida, é uma honrosa citação. Encontro no Descorchados 2014 – Guia de Vinhos Argentina, Chile e Uruguai, prestigiada referência para quem busca informações sobre a produção do nosso continente, uma justificativa convincente para a comparação. Os bons vinhos uruguaios têm vocação para o envelhecimento, assim como os da Europa. Embora sejam frescos, eles costumam ser alcoólicos e tânicos, o que os credencia a passar boas temporadas no carvalho e na garrafa. Isso se deve, segundo a descrição contida no Descorchados, ao clima temperado e à “influência que exercem o mar e os rios, estendendo suas brisas frescas pelos vinhedos do interior. Soma-se o solo argilocalcário, que predomina nas principais regiões produtoras.” É uma boa receita de vinho austero, estruturado e frutado.   Foto: Reprodução Para combinar com as dimensões diminutas do país, cai como uma luva o poético título de “butique de vinho do mundo”. Uma referência romântica às produções pequenas e caprichadas das melhores bodegas. Daí, se você também está considerando o Uruguai para suas próximas incursões enoturísticas, coloque nas compras os rótulos Pizzorno, Carrau, De Lucca, Estância La Cruz, Família Deicas, Marichal e Varela Zarranz, entre outros. Saúde!   Tamo junto!   A edição 2015 do Guia Descorchados, que já está estourando por aí, tem uma novidade importante. Pela primeira vez, os vinhos brasileiros constam na publicação. O chileno Patrício Tapia, autor do guia, esteve na Serra Gaúcha, em novembro, e se surpreendeu com a diversidade de estilos dos espumantes – de todas as faixas de preços, estilos e categorias. Volto ao assunto em breve.