ESTUDOS

Unicamp recebe pesquisadores em simpósio latino

O evento já reuniu em 18 anos de existência, cerca de 15 mil participantes de 45 países

Da redação
03/11/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 10:15

O Centro de Convenções da Unicamp sedia a partir deste domingo até quarta-feira (03 a 06 de novembro), a 10ª edição do Simpósio Latino Americano de Ciência de Alimentos - SLACA. Com o tema principal, O impacto da Ciência de Alimentos em Nutrição e Saúde, estão inscritos cerca de 2000 participantes entre estudantes, pesquisadores, palestrantes e profissionais do setor. Nesta edição serão apresentados 1.844 trabalhos científicos. O evento já reuniu em 18 anos de existência, cerca de 15 mil participantes de 45 países e mais de 12.000 pôsteres foram divulgados. O objetivo do congresso é discutir as últimas tendências sobre o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação na indústria de alimentos no cenário nacional e internacional. Segundo Gláucia Pastore, presidente do SLACA e pró-reitora de Pesquisa da Unicamp, a programação engloba diferentes aspectos das novas pesquisas e os seus benefícios à saúde e ao bem-estar das pessoas, usando a ciência e a tecnologia. "No mundo inteiro existe uma grande corrida para se obter alimentos nutritivos e que proporcionem saúde ao consumidor. Discutir os principais desafios para o setor nos colocam mais próximos do seu conhecimento”, enfatiza Pastore. Nesta edição, quase a metade (40%) das palestras estarão focadas em temas relacionados à saúde.O diferencial, de acordo com Gláucia Pastore, é que nos anos anteriores discutiam-se as tecnologias que estavam a serviço da alimentação. “Fizemos agora um caminho inverso, pois notamos que muitas doenças têm como fatores de exposição alguns alimentos que, consumidos sem parcimônia, podem trazer malefícios à saúde humana”, diz. A expectativa dos pesquisadores de todo mundo é que até 2020 cerca de 80 por cento dos alimentos industrializados tenham princípios funcionais e naturais voltados à saúde. Entre eles estudos inéditos sobre encapsulação e nanotecnologia em alimentos, cogumelos comestíveis como uma fonte de vitamina D; novas espécies de bactérias probióticas para alimentos funcionais, descoberta de proteínas pré-hidrolisado com função anti-diabetes, propriedades antioxidante de murici, guapeva e gabiroba (frutas do cerrado); surtos de doença de chagas e transmissão alimentar; o potencial do própolis contra o vírus da influenza, segurança alimentar na produção de refeições e uma pesquisa canadense demonstrando como se comporta a vitamina D em crianças desde o nascimento até os cinco anos de idade. Estes são alguns dos temas das 115 palestras que acontecerão com a participação de 90 palestrantes, 40% deles estrangeiros. Estarão presentes instituições como a Cornell University (USA), United States Department of Agriculture (USDA), University of Maryland (USA), Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), Institute of Food Research (UK), Federal Research Institute of Nutrition and Food (Alemanha), Spanish National Research Council, Universität Hannover, Purdue University, Denmark Technical University, North Carolina State University, University College London, Porto University, University of Copenhagen, Denmark University, University of Tsukuba (Japan), Amravati Universty (India), entre outras. Alimentos no BrasilSegundo a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), o setor no Brasil faturou no ano passado R$ 328,2 bilhões sendo R$ 100,5 em Food Service. Para a Abia, a necessidade crescente da população economicamente ativa em fazer ao menos uma refeição por dia fora de casa vem crescendo em velocidade 50% maior, quando comparadas às do autosserviço alimentar. "“A grande arma desse perfil de consumidor é manter uma alimentação diversificada e em menores quantidades”, ressalta Pastore. Segundo Gláucia Pastore a pós-graduação com ênfase em alimentos cresceu muito nos últimos anos, bem como os núcleos de pesquisa que estudam o assunto, inclusive em parceria com a indústria que demanda investimentos contínuos em novos produtos. "Isso não somente no Estado de São Paulo, o que acaba contribuindo para ampliar ações em diferentes Estados do país, com um destaque nos últimos anos para o Nordeste". Em 2012, o Brasil exportou US$ 242,6 (agronegócio, alimentos in natura, alimentos industrializados e bebidas) e a participação das indústrias de alimentos no total das exportações do país é de 17,9%.  Alimentos no mundoDados da FAO indicam que a produção mundial de alimentos indicam que para alimentar a crescente população mundial, será necessário um enorme aumento de 50 por cento na produção de alimentos até 2050. Ainda segundo a FAO, as colheitas cobrem 1.3 bilhão de hectares (ou cerca de 12 por cento da superfície livre do planeta), enquanto pastos cobrem outros 3.38 bilhões de hectares (ou 26 por cento). A América do Norte e a Europa devotam cerca de apenas 40 por cento de suas colheitas à produção direta de alimentos, enquanto que esta alocação na África e Ásia é tipicamente de 80 por cento.

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