JOGO RÁPIDO

Uma rotina de resultados previsíveis

Coluna publicada na edição de 13/6/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
13/06/2019 às 01:00.
Atualizado em 30/03/2022 às 20:35

Há tempos sou favorável à terceirização do departamento de futebol do Guarani. E não penso assim por ter convicção de que um projeto desse tipo trará bons resultados e grandes campanhas. Eu apenas acho que o Guarani, sozinho, desenvolveria um trabalho bem inferior ao de qualquer parceiro com algum poder de investimento e o mínimo de competência para gerenciar um time. O desempenho do Bugre em 2019 apenas reforça minha teoria. Afinal, o clube conseguiu contratar, em curto espaço de tempo, os treinadores dos dois piores times da Série B. O péssimo desempenho que o Guarani obteve sob o comando de Vinícius Eutrópio só é inferior ao do Vitória, comandado há quatro rodadas por Osmar Loss. Eutrópio foi demitido ontem, após sofrer sua quinta derrota, a quarta consecutiva. A queda do treinador antes da parada para a Copa América era mais do que esperada, já que há alguns anos ele tem passagens curtas pelos clubes que comanda, sempre com resultados abaixo da expectativa. Um perfil muito parecido com o de Osmar Loss. Assim, o Guarani parte, ainda na primeira quinzena de junho, para a contratação de seu terceiro técnico no ano. Parece absurdo, mas é quase natural na história recente do clube. Em 2017, o terceiro treinador da temporada (Vadão) estreou no dia 26 de março. E depois ainda chegaram mais dois. Em 2015, o terceiro técnico (Paulo Roberto) estreou no dia 6 de junho. Em 2014, o Bugre teve quatro comandantes, mas o terceiro (Benazzi) só chegou em setembro. Em todos esses casos o Guarani estava tentando subir da Série C para a Série B. Em nenhum deles conseguiu. O acesso só veio em 2016, sob o comando de Marcelo Chamusca, o segundo e último técnico daquele ano. Não por acaso, a boa campanha ocorreu em um campeonato com forte participação da Magnum no futebol. Agora o Guarani está na Série B e seu objetivo é permanecer na divisão. Se o treinador que for contratado agora cair em agosto ou setembro, dificilmente o time alcançará seu objetivo. A diretoria que já errou feio duas vezes em 2019 precisa ser certeira na escolha do próximo técnico e de alguns reforços. Ainda é possível sair do Z4 e alcançar uma posição intermediária, mas um novo erro desse tamanho causará prejuízo enorme. O Guarani precisa avaliar se não é hora de dar ao projeto de terceirização a importância devida. Ninguém sabe se vai dar certo, mas é provável que seja melhor do que aquilo que o clube ofereceu a sua torcida nos últimos anos. 

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