CARLO CARCANI

Uma rara (e grave) crise no Morumbi

Carlo Carcani
carlo@rac.com.br
02/07/2015 às 22:22.
Atualizado em 28/04/2022 às 16:21

O São Paulo foi vice-campeão brasileiro em 2014 e fez uma boa largada na edição deste ano, da qual chegou a ser líder. Mas as últimas duas semanas foram difíceis no Morumbi. Com salários atrasados há quase quatro meses e um clima de enorme insatisfação no elenco, o clube tenta reequilibrar as finanças. Para isso, começou a fazer uma verdadeira liquidação em seu elenco. Quatro jogadores (Paulo Miranda, Souza, Rodrigo Caio e Denílson) foram negociados e um (Dória) foi devolvido após o final de seu empréstimo. A debandada afetou a qualidade do time, que nas últimas três rodadas conseguiu apenas um ponto, ao empatar em casa com o Avaí. Depois, perdeu para o Palmeiras por 4 a 0 e, na quarta-feira, caiu diante do Atlético-PR. O placar de 2 a 1 não foi bem maior porque Rogério Ceni fez três defesas difíceis. A escolha do colombiano Osorio para treinar a equipe foi uma das poucas decisões acertadas da diretoria. Ele tem um bom currículo, é dedicado, exige intensidade nos treinos e jogos e fez um trabalho muito bom no Atlético Nacional, de onde saiu ovacionado pela torcida. Mas mesmo antes da humilhante derrota para o Palmeiras, Osorio tornou pública sua insatisfação com o desmanche do elenco. Disse que, durante as negociações para sua contratação, em nenhum momento o presidente Carlos Miguel Aidar lhe informou que o clube atravessava uma crise financeira e que teria de abrir mão de vários jogadores. Rogério Ceni vive situação semelhante. Seu contrato terminaria no início de agosto, mas a diretoria sugeriu a prorrogação até o final da temporada. O time estava bem e o goleiro, extremamente competitivo, aceitou o desafio. Rapidamente, o cenário mudou. A defesa foi quase toda desmontada, o time passou a sofrer muitos gols de cabeça e, em duas semanas, o Tricolor não apenas perdeu a liderança como também deixou o G4. Após a derrota em Curitiba, Ceni foi direto: “Entendo a necessidade financeira do clube, mas eu também entendo a minha necessidade de ser campeão. São conflitos que a gente tem que resolver". Nenhuma frase, porém, descreve melhor a situação do clube do que a de Michel Bastos: “Quando vim, me disseram que o São Paulo não atrasava salário”. O Tricolor tem muitos problemas e isso deve ser uma constante na gestão de Carlos Miguel Aidar. Mas a combinação salário atrasado e elenco enfraquecido é desastrosa. O São Paulo ganhou apenas um título nos últimos sete anos e, pelo andar da carruagem, vai demorar um pouco até que volte a ser campeão.

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