Uma preparação muito bem feita

A Seleção Brasileira encerra hoje sua preparação para a Copa do Mundo. O time evoluiu muito desde que passou a ser comandado por Tite, na 7ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas. O treinador pretende enfrentar a Suíça na estreia do dia 17 com o mesmo time que hoje enfrenta a Áustria: Alisson; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro e Paulinho; Willian, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus. Notem que a formação conta com quatro jogadores de características essencialmente ofensivas. Na 6ª rodada das Eliminatórias, ainda sob o comando de Dunga, o Brasil visitou o Paraguai e empatou por 2 a 2. O ex-treinador escalou os seguintes jogadores em Assunção: Alisson; Daniel Alves, Gil, Miranda e Filipe Luís; Luiz Gustavo e Paulinho; Willian, Renato Augusto e Douglas Costa; Ricardo Oliveira. O ex-treinador preferia a Seleção com apenas três jogadores essencialmente criativos/ofensivos. Luiz Gustavo era o volante clássico e dois jogadores (Paulinho e Renato Augusto) jogavam mais recuados, mas também colaboravam na criação. O Brasil melhorou muito com Tite porque ganhou poder de fogo. A média em seis rodadas com Dunga foi de 1,8 gol por jogo. Nas mãos de Tite, esse número subiu para 2,5. A Seleção terminou a competição com o melhor ataque e não teve que se expor para isso. Muito pelo contrário. Com Dunga, o Brasil levou 1,3 gol por partida. Com Tite, a média caiu para apenas 0,25 gol por partida. Esse é um dos segredos do sucesso de Tite. Ele conseguiu manter a essência ofensiva do futebol brasileiro sem desorganizar a equipe. Alguém pode argumentar que isso é o mínimo que se espera de um treinador da Seleção Brasileira. É verdade. Mas não podemos nos esquecer que falamos de uma equipe que sofreu dez gols nos últimos dois jogos da Copa do Mundo de 2014. Não se discute que a única seleção presente em todas as Copas e a única que foi campeã cinco vezes tem a “obrigação” de jogar bem. Mas nem sempre isso acontece, evidentemente. Tite faz um excelente trabalho e a CBF deve abrir em breve as negociações para prorrogar o seu contrato até 2022, independentemente do resultado obtido pela equipe na Rússia. A decisão é mais do que correta. A preparação para a Copa, muito bem feita, termina hoje e ninguém sabe se o hexa vem aí. Mas todos percebem que a Seleção evoluiu nas mãos de Tite e que os jogadores o admiram e o respeitam. A torcida voltou a ter gosto de ver a Seleção em campo e Tite tem tudo a ver com isso.