Cálculo renal atinge cerca de 15% da população no Estado
Litíase renal, calculose urinária, cálculos renais ou pedra nos rins. Os nomes são muitos e a intensidade das cólicas abdominais e do sofrimento de quem desenvolve o problema também. Dados da Secretaria Estadual de Saúde dão conta de que cerca de 15% da população apresenta cálculos renais, e os homens têm três vezes mais chances de desenvolver a doença do que as mulheres. A faixa etária mais afetada pelo problema é a dos 20 aos 45 anos. As causas da formação dos cálculos renais vão desde a pouca ingestão de água até a influência de fatores genéticos e raciais. Alguns cuidados com a ingestão adequada de líquido e o consumo moderado de sal e de cálcio podem ajudar a prevenir o problema. Segundo os especialistas, o cálculo renal se forma pela condensação de cristais e substratos alimentares presentes no organismo, que juntos se transformam nas pedras, difíceis de serem dissolvidas. O urologista Eduardo Polato explica que há diversos tipos de cálculos. Os de cálcio são os mais comuns (cerca de 80% dos casos). Outros componentes como ácido úrico, estruvita — esse tipo de cálculo pode crescer muito, bloqueando o rim, o ureter ou a bexiga —, também são responsáveis pela formação das pedras nos rins. O problema pode ser causado por diferentes fatores ou pela combinação de alguns deles. Os fatores climáticos, patológicos — doenças nos rins, paratireoide, absorção exagerada de cálcio pelo intestino, infecções urinárias —, o uso de alguns medicamentos — como o coquetel anti-HIV e Vitamina C —, obesidade, sedentarismo e alterações anatômicas do trato urinário podem levar ao aparecimento da doença. Segundo Polato, até a profissão influencia no aparecimento da doença. Pessoas que trabalham em áreas quentes, como caldeireiros, são mais propensos a desenvolver pedras nos rins. Não à toa, pela exposição ao calor, o problema aumenta 30% nos períodos mais quentes do ano, segundo levantamento da Secretaria de Saúde do Estado. Isso ocorre porque as pessoas transpiram mais e acabam ingerindo uma quantidade de líquido insuficiente para hidratar o corpo. O principal sintoma da doença é a cólica renal. “Ela surge subitamente com uma dor de forte intensidade na região lombar ou nas costas.” O tratamento do cálculo renal é composto de duas etapas na fase aguda, quando necessário, e é dependente do tamanho e da localização do cálculo. O tratamento conservador aguarda a saída espontânea da pedra. Ele é feito à base de analgésicos, anti-inflamatórios e derivados da morfina. “Quando os cálculos estão na porção inferior do uréter ou mais próximo da bexiga podemos utilizar alfa-bloqueadores, que permitem um relaxamento das fibras musculares do ureter nesta região, podendo ajudar na eliminação espontânea do cálculo”, explica.