Editorial

Uma onda de cidadania contra o crime

Correio
10/02/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:08

O grito de basta emanado de toda a sociedade, assombrada e indignada com a onda crescente de violência em Campinas, felizmente não resultou em vão. Em todos os setores, aconteceu a disposição por uma mobilização séria e definitiva, inspirando o engajamento em uma campanha que tem por objetivo resgatar a segurança de todo e qualquer cidadão, e a tranquilidade exigida por um padrão de qualidade de vida de que não se pode abrir mão. O Correio Popular reafirma sua intenção de manter uma campanha inteiramente dedicada a este propósito de buscar inabalavelmente a restauração da paz e tranquilidade das pessoas.

As primeiras medidas decorrentes do levante dos cidadãos chegam a entusiasmar. O prefeito Jonas Donizette (PSB) levou a questão ao secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, e daí nasceu a proposta da criação de um gabinete anticrime, a exemplo da iniciativa adotada quando a insegurança atingiu níveis insuportáveis no tempo do assassinato do prefeito Antonio da Costa Santos. A ideia é concentrar esforços e recursos para fazer frente ao que se convenciona nominar como crime organizado, que muitas ocasiões não passa de estratégias de ação onde o Estado é menos presente.

De todas as partes, nascem movimentos de cobrança, de articulação. Assim, começa a ser formada uma trama de segurança que visa, em primeiro momento, proteger a cidade, depois montando um sistema de trabalho de mais longo prazo. Não se pode apenas pensar no combate à violência diante de eventos oportunos e chocantes. A proteção é uma meta a ser perseguida e exige planejamento, investimentos, dedicação e um corpo policial institucional preparado, armado e com condições ideais de atuação.

Há toda uma disposição de enfrentamento ao crime. Não se pode mais aturar a ação de bandidos que agem impunemente - ou na certeza da impunidade -, a degradação dos costumes, o confinamento dos cidadãos a refúgios seguros, a organização de criminosos, a sempre renovada ladainha da falta de recursos para investimentos em segurança. O momento é de agir, de cumprir obrigações constitucionais, de fazer valer a representatividade política da região em favor de um bem comum, sem resvalar na inação característica dos poderes constituídos depois de passada a reversão de interesse da opinião pública.

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