JOGO RÁPIDO

Uma nova era entre clubes e TV

Coluna publicada na edição de 25/5/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
ccarcani@gmail.com
25/05/2019 às 01:00.
Atualizado em 03/04/2022 às 09:31

Ainda que tardio, o acordo entre Palmeiras e TV Globo foi positivo para todas as partes envolvidas no caso. Embora a torcida tenha se posicionado ao lado da diretoria nessa guerra, é bom para o palmeirense ter a chance de ver todos os jogos do time pela TV. Ainda mais em um período tão fértil de conquistas. O Palmeiras foi campeão brasileiro em 2016 e 2018 e é o favorito em 2019. Quem não gosta de ver um time assim? Para os patrocinadores, o acerto também foi bom. As empresas nunca pressionaram a diretoria a aceitar a proposta inicial da Globo, mas agora, com o contrato assinado, terão uma visibilidade ainda maior. Para o Palmeiras, foi uma vitória histórica. O clube reforçou o orçamento com uma cota de R$ 100 milhões por ano e não terá que pagar a multa de 20% imposta pela Globo a todos os outros clubes que assinaram o pacote de TV fechada com o Esporte Interativo. O clube valorizou a própria marca e criou uma nova era na relação entre clubes e TV. Por fim, para a emissora também foi importante ter um desfecho positivo. A TNT obteve uma audiência expressiva com a transmissão de Palmeiras x Santos. Ao incluir o líder do campeonato em sua grade de TV aberta e no pay-per-view, a Globo ameniza os efeitos do pesado investimento que a concorrente fez no Brasileirão. Apesar do final feliz, a batalha deve servir de alerta para a Globo, que durante décadas conduziu com enorme facilidade as negociações com os clubes. Na verdade, não havia negociação. A proposta da TV era prontamente aceita por todos, sem nenhuma negociação. Sempre foi assim porque os clubes, geralmente mal administrados, não tinham outras fontes de recursos. Não apenas dependiam da TV, como antecipavam as cotas dos anos seguintes. Sempre foram extremamente dependentes da TV. Questionar o valor da cota era algo impensável. O Palmeiras acaba de mudar esse cenário extremamente confortável para a emissora. Com um plano de sócio-torcedor exemplar, uma arena que proporciona as melhores rendas do futebol brasileiro e um patrocinador forte, o clube assumiu o risco de não ceder os direitos de transmissão para a TV aberta e pay-per-view. O Palmeiras só fez isso porque sabia que poderia disputar a temporada com tranquilidade mesmo que não chegasse a um acordo. Criou um tremendo desconforto para a Globo, que pela primeira vez teve que negociar e reforçar a sua proposta inicial. É uma nova era.

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