JOGO RÁPIDO

Uma análise antes do desafio final

Coluna publicada na edição de 5/5/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
05/04/2018 às 00:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 09:37

Em virtude do horário de fechamento, escrevi a coluna antes da partida de ontem no Brinco de Ouro. Pensei em comentar Guarani x XV de Piracicaba na edição de amanhã, mas resolvi fazer o que sempre defendo que os clubes façam: analisar uma campanha pelo todo e não apenas por um ou dois jogos. Farei, portanto, minha avaliação do trabalho do Guarani nesses primeiros meses de 2018 sem saber o resultado da partida mais importante. O fato de ter chegado à semifinal com a melhor campanha já é um indicativo de que o clube conseguiu, depois de quatro anos de fracassos, dar um passo adiante. E não foi um passo casual. Vejam o caso do XV, por exemplo. O time não fez uma campanha consistente. Seu ataque é apenas o 11º mais eficiente do campeonato. Durante boa parte da competição, ficou no meio da tabela. A arrancada na reta final o levou ao G4, mas a classificação só veio com a inesperada derrota do Nacional na penúltima rodada e, principalmente, com o gol da Portuguesa aos 44’ do 2º tempo do último jogo contra o Sertãozinho. Nada disso diminui o mérito do XV, mas o que quero destacar é como o trabalho do Guarani foi bem feito. A diretoria acertou em cheio ao escolher Umberto Louzer após a inesperada saída de Fernando Diniz. Algumas contratações deram muito certo. Erik, por exemplo, disputou os 17 jogos como titular. Contribuiu para a classificação à semifinal com cinco gols e uma assistência. Rondinelly marcou quatro gols e fez cinco assistências. E , juntos, potencializaram o rendimento de Bruno Nazário e Bruno Mendes, peças que foram mantidas no elenco. O time perdeu Willian Rocha depois de cinco jogos, mas o time não sentiu a baixa, apesar da importância da peça que foi para o Japão. Bruno Brígido vive bom momento da carreira. Ricardinho é um motorzinho no meio de campo, capaz de deixar um companheiro com cinco gols no banco. Por tudo isso, o Guarani se classificou com antecedência. Se hoje for um dia de festa no Brinco, o trabalho como um todo terá de ser valorizado e melhorado, já que a Série B é uma competição diferente e bem mais difícil. Se for um dia de tristeza, a derrota não pode apagar o que foi feito de bom até aqui. O Fortaleza demitiu Marcelo Chamusca depois de eliminações que sucederam excelentes campanhas. Mas no Guarani, Chamusca subiu da Série C para a B. No Paraná, ele subiu da B para a A. É evidente que voltar ao Paulistão é quase uma obrigação para um clube com a história do Guarani. Mas, da mesma forma que a euforia não pode gerar uma acomodação diante dos desafios que estão por vir, um doloroso fracasso não pode jogar no lixo as boas decisões tomadas desde o final do ano passado. A euforia da vitória e a frustração da derrota são prazeres e fardos que mudam o humor do torcedor. Quem toma decisões de planejamento deve analisar o trabalho com uma visão profissional.

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