EDITORIAL

Uma alça de acesso mais do que necessária

Correio Popular
25/04/2021 às 14:34.
Atualizado em 21/03/2022 às 21:46

Campinas é uma cidade privilegiada no quesito malha rodoviária. Com cinco importantes rodovias cruzando a cidade ou partindo dela, a metrópole se conecta por via terrestre com quase todas as regiões do Estado de São Paulo e boa parte do Brasil, o que lhe confere enorme capilaridade de distribuição de mercadorias e circulação de pessoas.

Atravessando o município, temos as rodovias Bandeirantes e Anhanguera, que ligam a capital ao interior do Estado. E a partir daqui, nascem a Rodovia Dom Pedro I, que faz a ligação com o Vale do Paraíba, litoral norte paulista e Rio de Janeiro; a rodovia Ademar de Barros, também conhecida como Campinas-Mogi Mirim, que dá acesso ao Circuito das Águas e sul de Minas Gerais; e Rodovia Santos Dumont que leva até Indaiatuba, Salto, Itu e Sorocaba, região sul do Estado de São Paulo e norte do Paraná.

Esta peculiaridade torna Campinas uma cidade atraente aos negócios. Todavia, essa vantagem também tem seu preço. A Rodovia dos Bandeirantes constitui, paradoxalmente, um obstáculo ao desenvolvimento do Campo Grande e Ouro Verde. Sem ligação direta com a rodovia muitos empreendimentos industriais, comerciais e de serviços, que poderiam se instalar na região, se tornaram inviáveis.

Por décadas, o distrito cresceu isolado do resto da cidade. Marcos físicos que a atravessam como linhas de transmissão de energia, dutos de gás, rios, linhas férreas e rodovias, atrapalham o crescimento da região. Uma das reivindicações mais antigas é a abertura de uma alça de acesso direto para a rodovia dos Bandeirantes, o que desafogaria a Avenida John Boyd Dunlop. A proposta foi vetada por causa da classificação técnica da rodovia, que a define como pista de alta velocidade, o que a impossibilita de ter saídas para avenidas e bairros.

A alternativa foi projetar a alça de acesso na Rodovia Adalberto Panzan, um pequeno trecho de interligação entre a Bandeirantes e Anhanguera. Pelo potencial econômico do distrito do Campo Grande, tamanho de sua população, concentração de bairros e perfil demográfico, torna-se necessária a construção dessa ligação, que dará maior fluidez ao trânsito e estimulará o desenvolvimento econômico da região.

A proposta está em análise na Artesp, uma agência do governo do Estado que cuida das rodovias paulistas. Defendemos a sua implementação o mais breve possível, porque se trata de uma demanda justa e sustentada nos bons e promissores fundamentos econômicos de uma das regiões mais importantes de Campinas.

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