coluna publicada na edição de 8/6/19 do Correio Popular
O Guarani conquistou dez pontos nas sete primeiras rodadas da Série B de 2018. O sétimo jogo foi contra o CRB, no Brinco de Ouro. Os gols de Ricardinho e Rondinelly garantiram a vitória por 2 a 0 e levaram o time ao 10º lugar. A distância para a zona de acesso era de quatro pontos, mesma diferença que afastava o time da zona de rebaixamento. Ao final do campeonato, o Guarani ficou em 9º, a seis pontos do G4 e com 11 a mais do que o Paysandu, o mais bem colocado entre os rebaixados para a Série C. A diretoria do Guarani não ficou satisfeita com o rendimento e, a poucos dias do final da temporada, anunciou a demissão de Umberto Louzer, técnico que no primeiro semestre havia conquistado o acesso ao Paulistão e uma vaga na Copa do Brasil. A troca só se justificaria se o novo comandante chegasse ao Brinco de Ouro para realizar um trabalho igual ou melhor do que o de Umberto. Mas o clube está longe de alcançar esse objetivo. Em 21 partidas na temporada, o Guarani já foi comandado por dois treinadores. Vitórias como aquela contra o CRB são escassas. Em 2019, o Bugre venceu apenas um jogo por dois gols de diferença. Na Série B, a performance é alarmante. Em sete rodadas, conquistou apenas cinco pontos, metade do que obteve no ano anterior. O Guarani amanhece hoje em 18º lugar, com risco de ir dormir em 20º. Em suas últimas 16 apresentações, venceu duas. São dois triunfos em um período de quatro meses (um deles dedicado apenas à preparação para a Série B). O Guarani piorou muito em 2019. A defesa foi vazada em 14 dos últimos 16 jogos. Mescla atuações ruins com falhas bisonhas. O ataque não faz um gol fora de casa desde 8 de março. Capaz de colocar a bola na rede uma vez a cada 157 minutos, está entre os piores da Série B. Tudo isso indica que as duas escolhas da diretoria para substituir Umberto Louzer não apresentaram resultados minimamente satisfatórios. Vinícius Eutrópio talvez ainda dispute mais uma partida (por coincidência, contra Umberto, hoje no comando do Coritiba), mas ninguém no Brinco de Ouro acredita que ele possa estar à frente do time durante a parada da Copa América. É inegável que o Guarani precisa substituir o treinador. Também está claro que sequer deveria ter sido contratado, em virtude de seu retrospecto nos últimos anos. Se errar na escolha pela terceira vez seguida, o Guarani correrá enorme risco de voltar à Série C depois de apenas três anos na B. A diretoria precisa ter a competência de achar alguém capaz de fazer no mínimo o que o demitido Umberto fez em 2018.