CAMPINAS

Um quinto dos jovens entre 18 e 24 anos é chefe de família

Os dados foram extraídos de fontes como o Censo do IBGE e o Censo Escolar do INEP

Da redação
06/11/2013 às 16:43.
Atualizado em 24/04/2022 às 22:50

Um quinto dos jovens de Campinas, na faixa de 18 a 24 anos, já é chefe de família e 60% dos campineiros nesse grupo etário não estudam. Os dados constam de estudo divulgado nesta quarta-feira (6), no evento “Trocando ideias sobre ideias trocadas: educação sob o olhar dos jovens”, como parte da 4ª Semana da Educação de Campinas, iniciativa da Fundação FEAC no âmbito do Compromisso Campinas pela Educação. O estudo foi organizado por Maria Helena Guimarães de Castro, diretora-executiva da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). O propósito do estudo foi indicar possíveis correlações entre a situação educacional do jovem e adolescente de Campinas com o mundo do trabalho e eventuais causas de sua exclusão do contexto escolar. Os dados foram extraídos de fontes como o Censo do IBGE e o Censo Escolar do INEP. De acordo com o estudo, 15% da população de Campinas, ou mais de 170 mil pessoas, são de jovens de 15 a 24 anos. O estudo mostrou que 86% dos jovens de 15 a 17 anos ainda moram com os pais ou outros responsáveis. Cerca de 4% dos jovens de 15 a 17 anos já são responsáveis por seus domicílios e, entre os jovens de 18 a 24 anos, quase 23% já são responsáveis por seus domicílios. Em termos de situação salarial, 20% dos jovens de 15 a 17 anos vivem em famílias pobres (até meio salário mínimo per capita). E mais: 60% dos jovens de 15 a 17 anos vivem em famílias com renda per capita entre meio e dois salários mínimos, 16% dos jovens de 18 a 24 anos vivem em famílias pobres (até meio salário mínimo per capita), e 53% dos jovens de 18 a 24 anos vivem em famílias com renda per capita entre meio e dois salários mínimos. Neste contexto, 60% dos jovens de 18 a 24 anos não estudam e, desses 60%, apenas metade concluiu o ensino médio. O último Censo do IBGE, de 2010, apontou que 15% dos jovens de Campinas de 15 a 17 anos não estudam, 65% dos jovens de 15 a 17 anos que estudam já concluíram ensino fundamental e 26% ainda não, 58% dos jovens de 18 a 24 anos que estudam já concluíram ensino médio, mas 20% só concluíram o ensino fundamental, metade dos jovens de 15 a 17 anos que abandonaram a escola não chegou a concluir o ensino fundamental e 43% dos jovens de 18 a 24 anos que não estudam têm até o ensino fundamental completo. O estudo também apontou que, de cada 100 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, 12 estão com atraso escolar, ou seja, com distorção entre idade e série. No ensino médio, a distorção entre idade e série já atinge 17% dos alunos, ou seja, de cada 100 alunos, 17 estavam com atraso escolar de 2 ou mais anos. A precariedade da inserção do jovem de Campinas no mundo do trabalho é ratificada pelo estudo, que mostrou que mais de 70% dos jovens de 15 a 17 anos já trabalham. A taxa de desocupação entre 18 e 24 anos, de 12,5%, é o dobro da taxa geral da população na cidade e no Brasil. Entre os jovens de 15 a 17 anos ocupados, 30% são empregados informais, sem carteira de trabalho, o triplo da população geral nesta mesma situação. Entre 18 e 24 anos, a informalidade cai para 13%. Ivan Capelatto – Na terça-feira, dia 05, à noite, também dentro da 4ª Semana da Educação de Campinas, o psicólogo Ivan Capelatto falou sobre “O papel do professor na sociedade pós-moderna: educador ou ensinante?”, em evento na sede da Fundação FEAC. O especialista observou que a angústia que tomou conta do Ocidente no século 20, após a Primeira e Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, “que aumentaram o sentimento de impotência do ser humano”, afetou o lugar e o papel da escola, que vem repensando o seu lugar até o momento. A escola passou a ser paulatinamente mais um espaço da competitividade característica da sociedade de consumo, em que o estudar passou cada vez mais a ser visto como uma obrigação, destacou Capelatto. Ele acentuou que, na escola de hoje, o educador assume para muitos alunos o papel de referência, de mediador para a sua angústia. O especialista entende que, se conseguir estabelecer um elo com o aluno, se o aluno se sentir cuidado, de alguma forma protegido, o educador pode contribuir para a superação dessa angústia. Se a angústia não for superada, alertou, o jovem pode adotar como referência modelos negativos. A 4ª Semana da Educação de Campinas tem nesta edição o Patrocínio Master de Graber, DPaschoal, Iguatemi Campinas, Brasilinvest e CPFL Energia. Tem ainda Patrocínio Especial do Vitória Hotel Concept Campinas e Apoio Especial da Brasil Kirin. A Semana da Educação 2013 conta também com apoio do SESI, Colégio Oficina do Estudante, Fundação Educar DPaschoal, movimento nacional Todos Pela Educação, Academia Prodança, Prefeitura Municipal de Campinas e Governo do Estado de São Paulo. EPTV Campinas, RAC – Rede Anhanguera de Comunicação, Grupo Bandeirantes de Comunicação, Rádios Globo-CBN Campinas, TVB Record, GM7 Mídia Digital e Clear Channel integram o rol de aliados do Compromisso Campinas pela Educação já que a divulgação da campanha publicitária da Semana da Educação de Campinas 2013 se dá graças aos apoios desses parceiros que gentilmente cedem espaços para publicação e exibição das peças.

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