A coluna poderia, durante meses, dedicar-se apenas aos bares localizados no Centro. Porque toda semana eu caio, de propósito ou não, numa das muitas biroscas que se escondem, sobretudo, nas ruas mais afastadas que cortam o coração da cidade. Nem todos os estabelecimentos, é bom dizer, merecem ou querem figurar nesta página, mas outros tantos parecem estar à espera de uma oportunidade. Foi o que aconteceu quando apareci meio de surpresa no Bar do André (não confunda com o Rei do Mé, na Vila Industrial).
Por ter sido Zeza Amaral, meu mentor etílico e intelectual, o responsável pela indicação, nem tive o trabalho de avisar ao proprietário que faria uma visita. E, assim que atravessei a porta, o próprio André partiu rumo à cozinha para tirar da panela os quatro pastéis que borbulhavam na gordura – dois eu comi; os demais dei de presente a uma amiga. Todos aprovadíssimos por mim e por ela.
Depois do teste, tive a certeza que não precisaria encher linguiça com outras opções porque o salgado, que anda meio abandonado pelos botequins campineiros, já faz o Bar do André merecer a visita. A receita não tem nada de mais, mas não é todo mundo que tem a mãe que o dono da birosca tem. Porque é dona Eloísa a “culpada” pelo esperto tempero que agrega valor aos recheios de carne, queijo, pizza e palmito.
Aos botequeiros mais rodados, o pastel não chega a ser o melhor pretexto para sair de casa. Porque bom mesmo é saber que numa esquina “esquecida” do Centro, numa área de poucos metros quadrados, esconde-se uma figura nobre como o André e um bar enorme no acolhimento.
BAR DO ANDRÉ
Rua José Paulino, 329, Centro, f. (19) 8184-9278. Aberto todos os dias, das 8h às 21h