CARLO CARCANI

Um pouco de boa vontade

Carlo Carcani
carlo@rac.com.br
21/05/2014 às 21:56.
Atualizado em 24/04/2022 às 12:41

O incidente entre um gandula e o médico do Vila Nova no final do jogo de terça-feira no Majestoso pode trazer prejuízos à Ponte Preta caso o clube venha a ser denunciado por isso.Como o árbitro relatou o problema, é possível que o caso vá a julgamento. Da mesma forma que é inadmissível que um adversário agrida um gandula, não se pode permitir que ocorra o inverso.Normalmente, os gandulas são vítimas de agressão. Quando seguram a bola e retardam o reinício da partida, o adversário sempre está nervoso porque o placar não lhe é favorável. Para os que não têm um bom controle emocional, é muito fácil perder a cabeça diante da provocação de um garoto.Isso acontece em todo lugar. No começo do ano passado, Hazard foi expulso em um jogo do Chelsea porque agrediu um gandula. Recentemente, o próprio José Mourinho, técnico de Hazard, foi flagrado dando uma bronca de dedo em riste em um garotinho.O fato de isso acontecer aqui e ali não significa que o futebol deva simplesmente aceitar o problema e conviver para sempre com ele.Com baixo investimento e um pouco de boa vontade, a CBF poderia utilizar gandulas neutros em todas as partidas das séries A e B, pelo menos.Cada federação poderia ficar responsável pela seleção de meninos e meninas de 10 a 14 anos em abrigos das cidades que recebem jogos das duas principais divisões do País.Os selecionados receberiam um treinamento e se revezariam nos jogos de toda a temporada.Orientados a devolver a bola de forma correta e rápida para os dois times, os gandulas neutros vão acabar não apenas com as desleais artimanhas que os times da casa costumam adotar (cera, provocação ao adversário, jogar duas bolas ao mesmo tempo no campo, sumir no final do jogo...), como também vão livrar o futebol dessas lamentáveis agressões.Um projeto como esse traria benefícios ao futebol e também à sociedade. Centenas de meninos e meninas teriam a chance de vivenciar da beira do gramado confrontos entre os melhores times e atletas do futebol brasileiro. Poderiam receber também uma pequena remuneração por isso.Ao invés de esperar a próxima agressão, a CBF teria a chance de oferecer a crianças que estão à espera de adoção em todo País a oportunidade de ter algumas horas de diversão e aprendizado com o futebol. Não seria simples de fazer, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças. Basta ter um pouco de boa vontade.

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