NEUROLOGIA

Um pesadelo chamado enxaqueca

Dor de cabeça pode ser evitada ou ter seus efeitos bastante reduzidos

Viver Melhor
18/10/2013 às 15:38.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:25

Noite mal dormida, jejum prolongado e exposição a odores podem transformar o dia seguinte em um pesadelo. A situação é mais grave para quem sofre de enxaqueca, cefaleia caracterizada por crises recorrentes, acompanhadas, muitas vezes, de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz, barulho e cheiros. Quando ela resolve dar o ar da graça, a cabeça se transforma numa bomba-relógio prestes a explodir.  Apesar de ser mais frequente em mulheres adultas do que em homens, a síndrome pode aparecer durante qualquer faixa etária. Além das dores, o problema é conhecido por provocar impactos na vida econômica e social. O neurologista Bruno Scarpim explica que a enxaqueca é um tipo de cefaleia primária— ou seja, uma dor de cabeça sem causa subjacente, como tumores ou sangramentos —, caracterizada por ser principalmente pulsátil e frequentemente associada a piora em ambientes com muita luz ou barulho. Também apresenta comumente  náuseas e vômitos.  “Não sabemos exatamente as causas da enxaqueca, mas sabemos que existem alguns fatores predisponentes à ocorrência. Existe uma certa tendência familiar e sabemos que algumas atitudes como excesso ou privação de sono, estresse, jejum prolongado e alguns alimentos podem desencadear crises.” Além de pulsátil, a enxaqueca também é marcada por dor usualmente unilateral e de intensidade variável. Segundo dados do Ministério da Saúde, em média, o número de crises é de 1,5 por mês e a duração varia de duas a 48 horas. A sua prevalência é muito maior nas mulheres, cerca de quatro vezes mais do que os homens, já que as flutuações hormonais —em quem é suscetível—acabam servindo como fatores desencadeantes e agravantes da dor. O predomínio da doença é em pessoas com idades entre 35 e 45 anos. Mas ocorre também em 3% a 10% de crianças.  Os especialistas afirmam que, além da dor propriamente dita, o distúrbio é marcado por repercussões econômicas para o indivíduo e a sociedade, devido a faltas na escola e no trabalho, queda na produtividade, procura de serviços médicos e setores de emergência. “O principal problema das crises de enxaqueca é a inatividade da pessoa que sofre com a crise. Pois muitas vezes a pessoa não consegue trabalhar, estudar, realizar suas atividades rotineiras por causa da dor, tendo um impacto muito importante tanto na vida profissional como na qualidade de vida do paciente”, afirma Scarpim.  Tratamento  De acordo com o neurologista, não existe cura para enxaqueca, há meios para diminuir as crises. “O tratamento geralmente consiste de terapia medicamentosa como profilaxia para as crises, quando essas são frequentes.” Entre as principais classes de medicamentos usadas estão os anti-hipertensivos, anticonvulsivantes e antidepressivos. As terapias alternativas também têm papel coadjuvante à terapêutica medicamentosa, comoa acupuntura, por exemplo. “As terapias podem ajudar, mas a principal conduta é com medicamentos. Por isso, é importante a avaliação de um médico para a definição da melhor forma

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