EDITORIAL

Um passo de transformação para o Centro

Correio Popular
25/10/2013 às 07:19.
Atualizado em 26/04/2022 às 07:18

Não existem muitas dúvidas quanto à conveniência de se proceder à total revitalização da região central de Campinas, devolvendo-lhe as características de conveniência e espaço empresarial privilegiado, além de preservar a qualidade de vida para seus moradores e tantos que passam por suas ruas e avenidas. É um propósito elogiável que atravessou várias gestões administrativas sem que houvesse um projeto continuado de recuperação e disciplinamento de uso do solo, que permitisse um trabalho consequente e investimentos seguros no caminho da revitalização.Quando o Viaduto Miguel Vicente Cury deu sinais de esgotamento em sua parte física e estrutural, algumas etapas foram antecipadas forçosamente, até por conta de acidentes fatais que marcaram a história de uma peça importante, mas que verga sob o peso de 50 anos de inadaptação à realidade urbana de Campinas. A seus pés, um terminal rodoviário urbano e um espaço dedicado ao comércio informal que se provaram inconvenientes e mal situados, exigindo mudanças definitivas e uma capacidade de diálogo que leve a entendimentos e acordos que enquadrem o comércio ilegal na regularidade e no equilíbrio com os empresários no entorno.Neste primeiro ano, a atual Administração tem investido com determinação na recuperação do Viaduto Cury, nos espaços abaixo de seu desenho, reformando a estrutura e, agora, a estrutura das lojas localizadas onde antes era um cenário de sujeira, degradação e abrigo de desocupados. As primeiras intervenções têm resultado em aprovação dos comerciantes instalados no local e nas ruas próximas, fazendo antever uma melhoria na frequência, na ativação comercial de conveniência, no afastamento de moradores de rua e consumidores de drogas (Correio Popular, 24/10, A15).Em outra ponta, começou a retirada de 60 barracas vazias no trecho do camelódromo da Rua Engenheiro Jayme Ulhôa Cintra, que há anos serviam apenas como estorvo urbano, valhacouto e ponto de tráfico de drogas, atendendo acordo formalizado com o Ministério Público para uma regularização do problema do comércio informal (Correio Popular, 23/10, A9).São pequenos passos em direção a um projeto muito mais amplo que se espera para a região, mas já sinalizam uma disposição mais concreta de dar encaminhamento às soluções almejadas. Resta aguardar as próximas etapas para se avaliar se realmente as intenções iniciais serão uma resposta à leniência das passadas administrações ou uma resposta à altura da população que cobra providências urgentes e definitivas para a região. 

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