A grande adesão de voluntários para os testes da vacina é reflexo da confiança e da seriedade despertadas pelo Hospital da PUC Campinas
Além de ser referência em pesquisa, o Hospital da PUC Campinas conta com 214 leitos para o SUS e 125 para convênios privados. Atende em média 3,4 mil pacientes por mês e realiza mais de 83 mil exames. Sua principal missão é ajudar quem realmente precisa. Se não bastasse, seu avançado centro de pesquisas, voltado para o desenvolvimento de novas drogas, trabalha neste momento para minimizar as sequelas deixadas em pacientes que tiveram a covid-19. Com essas credenciais, não é de se espantar que o hospital tenha sido eleito pela multinacional Jansen (Johnson & Johnson) para realizar os testes com a vacina da empresa em solo brasileiro.
O reconhecimento de uma potência estrangeira na área de medicamentos é a prova de que, apesar da crise sanitária que tem afetado todas as unidades hospitalares de Campinas, a cidade ainda é uma referência internacional em matéria de ciência e tecnologia. Em entrevista ao Correio Popular, o diretor do Centro de Pesquisa do Hospital da PUC, Danilo Villagelin, afirmou que a credibilidade do mesmo perante o público pesou na decisão do grupo estrangeiro de testar uma vacina nova em meio à pandemia. Mesmo sem saber se haveria reação adversa, mais de 400 pessoas se voluntariaram para participar do estudo. Foi o terceiro centro de pesquisa que mais recrutou gente para esse teste no mundo.
A grande adesão de voluntários nos testes realizados no Hospital da PUC, num momento em que ressurgem grupos de negacionistas antivacina movidos à fake news, é reflexo direto da confiança e da seriedade despertadas na sociedade pela instituição ao longo das últimas duas décadas. Uma administração que deveria servir de exemplo, sobretudo em “tempos de guerra”, que é o que tem sido encarada a crise pandêmica por 100% dos diretores de hospitais no Brasil.
Sobre a vacina da Johnson & Johnson, em que pesem o sucesso dos testes, ainda é cedo para dizer qual será o tamanho de seu alcance. Mas uma informação que nos deixa satisfeitos e esparançosos é de que ela tem eficácia comprovada contra a nova variante, tida como mais agressiva. Não é pouca coisa se levarmos em conta que estamos num país em que a demora em implantar um plano nacional de vacinação, aliada à carência de vacinas que alcancem toda a população, tem proporcionado tempo para que haja mutações do coronavírus.
É preciso acelerar o processo de vacinação. Para que isso ocorra, no entanto, é preciso vacina. O Centro de Pesquisa do Hospital da PUC está fazendo sua parte.