GUSTAVO MAZZOLA

Um hospital do futuro

Gustavo Mazzola
20/03/2013 às 05:03.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:57
IG- Gustavo Mazzola (CEDOC)

IG- Gustavo Mazzola (CEDOC)

Um hospital de Nova Iorque, no final da década de 40, em que Michael Corleone (Al Pacino), na grandiosa obra cinematográfica de Francis Ford Coppola, "O Poderoso Chefão" (Primeira Parte), salvava o pai Vito (Marlon Brando) das mãos de facções inimigas da “família”, empurrando a cama hospitalar para um quartinho anexo e não acessível.

Essa era a imagem que eu fazia de um local como aquele, no tempo em que só acabara de entrar para a minha fase adulta: áreas sombrias com corredores mal iluminados, atravessados por macas de rodinhas de ruídos próprios, paredes altas, enfermarias gigantescas e assustadoras.

Até então nunca havia estado — pra valer, é claro, — num hospital. Era só uma visão meio distante daquelas construções sisudas, onde uma enfermeira fazia “psiu” num quadro na parede, mas, que de vez em quando, o silêncio era cortado abruptamente por sirenes estridentes de ambulâncias que, em quadras vizinhas, se aproximavam de sua portaria.

Quis o destino que viesse a conhecer — verdadeiramente — um hospital, quando precisei dele, num momento em que a minha vida estava em cima de um fio de navalha. Internado às pressas no Hospital Beneficência Portuguesa, de Campinas, em 2006, uma tomografia computadorizada revelou a gravidade do meu estado: doença diverticular mista do sigmoide , em fase aguda, ou seja, diverticulite aguda. O corpo clínico, liderado pelo experiente cirurgião dr. Vilmar, precisava agir rápido, pois, mais algumas horas, uma septicemia invadiria meu corpo e, então, nada mais se podia fazer. E agiu rápido, devolvendo-me a vida.

Então, pude conhecer mesmo — de corpo presente — o que era um hospital moderno, com equipamentos de última geração, pessoal capacitado, solícito... e, especialmente, humano. Acomodações acolhedoras, práticas, com aquele cheirinho de limpeza e assepsia. Passei ali vários dias, e quando parti, levei a nítida impressão que estivera nas mãos de especialistas, de gente que faz o seu trabalho com amor e dedicação.

Sete anos depois, senti a necessidade de registrar de alguma forma aquele delicado momento. Resolvi planejar uma nova ida à Beneficência, que traz consigo a tradição de 140 anos de atividades, em Campinas e no Brasil. Agora, não era mais paciente, mas um visitante, curioso por ver o local que tantas impressões me tinham deixado.

A minha surpresa foi muito grande: aquele que já era, na minha visão de 2006, o máximo em modernidade e atendimento, passou a ganhar dimensões quase inenarráveis. Era um outro hospital.

Percorrendo as instalações da nova Beneficência, ia sendo informado pelo meu acompanhante de suas especificações médicas e cirúrgicas: duas Unidades de Tratamento intensivo (UTIs), com capacidade total de 28 leitos; um Centro Oftalmológico, que atende toda a demanda do hospital; um novo laboratório de análises clínicas, que atende cerca de 12 mil pacientes por mês; endoscopia , com equipamento de última geração; uma unidade de Transplante de Medula Óssea, com alta complexidade para tratamento de leucemia; uma unidade de cirurgia cardíaca (credenciada pela Unimed Campinas); uma Câmara hiperbárica; uma unidade de Litotripsia, que diminui significativamente infecções; um Serviço Interdisciplinar de Atendimento Domiciliar, que atende cerca de 330 pacientes da terceira idade em suas casas; uma unidade de Cirurgia de Redução de Estômago (Bariátrica) e um Centro Clínico, com diversas especialidades médicas a cargo de profissionais renomados. Durante os onze anos da atual gestão do hospital, os investimentos em infraestrutura constituíram uma evidência no meio médico, na mídia e em toda a comunidade de Campinas.

Saí dali certo que havia estado no horizonte de um novo século: modernidade, avanços dentro da cibernética, atualização com o que existe de mais avançado no mundo em tecnologia hospitalar. Essa é a Beneficência Portuguesa, hoje.

Por que friso tanto essas qualidades da Beneficência? Bem, em primeiro lugar, pela razão de que ela as merece, de sobejo. Mas, por outra, também: foi onde, com a perícia, sabedoria clínica, apoiados numa estrutura médica modelar, salvaram a minha vida!

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