JOGO RÁPIDO

Um gol a cada 150 minutos

Coluna publicada na edição de 14/8/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
14/08/2019 às 01:00.
Atualizado em 30/03/2022 às 18:28

O Guarani vivia um bom momento na Série B, mas, além de amargar a segunda derrota em Dérbi no ano, terminou a 15ª rodada na mais do que incômoda condição de lanterna. A situação é extremamente preocupante por tudo o que uma queda para a deficitária e desinteressante Série C representa. Voltar à divisão que frequentou de 2013 a 2016 seria uma humilhação do ponto de vista esportivo e um desastre financeiro. Apesar da última colocação, ainda é possível que o Guarani alcance seu modesto objetivo de se manter na Série B, o que conseguiu com enorme sacrifício em 2017 e com folga em 2018. Tanto é verdade que se for capaz de vencer na sexta-feira já ultrapassará o Vila Nova, adversário que hoje está fora da zona de rebaixamento. O Bugre tem mais 23 partidas para deixar as últimas quatro posições. Não é um desafio de outro mundo. Isso só será possível, porém, se o técnico Roberto Fonseca for capaz de dar mais agressividade ao time sem comprometer a atual regularidade defensiva. O Guarani tem uma enorme dificuldade para finalizar contra o gol adversário. Levar a bola de seu campo de defesa às proximidades da área adversária ou à linha de fundo parece ser uma tarefa hercúlea para a equipe. Se isso não mudar em um curto espaço de tempo, o rebaixamento será inevitável. Contra o Botafogo, em Ribeirão Preto, o Guarani acertou o gol de Darley uma vez, em uma cabeçada de Ferreira. O goleiro fez uma defesa difícil. Contra o Bragantino, no Brinco de Ouro, o Guarani acertou o gol de Júlio César uma vez. O cabeceio com estilo de Michel Douglas mandou a bola para as redes e o goleiro visitante não pegou mais na bola durante todo o jogo. Kléver, porém, foi o melhor em campo com cinco defesas difíceis, fora uma bola que bateu na trave e outra que passou raspando. No Dérbi de domingo, novamente o Guarani chutou apenas uma vez ao gol. Bady pegou um rebote de fora da área e finalizou no canto esquerdo. Ivan saltou para sujar o uniforme pela primeira vez e para fazer sua única defesa no Dérbi 194. Fonseca tem duas maneiras de mudar esse cenário. A primeira é fazer ajustes táticos e treinar, treinar e treinar. A segunda é escalar peças capazes de dar mais agressividade ao time. Os melhores bugrinos no Dérbi foram Thallyson e Bady e ambos começaram no banco. Cumprir a missão de ficar na divisão só será possível se o Guarani deixar de ter um ataque tão inofensivo como esse que marca, em média, um gol a cada 150 minutos. 

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