Página Dupla | Thaisis Barboza de Souza

Um erro é sempre um erro

Campanha: ação da CGU visa combater atitudes antiéticas e delitos, pondo fim às desculpas para justificá-los e conscientizando o cidadão de que o melhor é ser honesto sempre

Thaís Jorge
thais.jorge@rac.com.br
09/08/2015 às 08:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 18:19

"Agir com honestidade mostra, principalmente, o nosso respeito pelo próximo. Se cada um fizer sua parte e disser ?não? para as pequenas corrupções, certamente, viveremos em uma sociedade mais equilibrada, justa e respeitosa. A mudança por um Brasil mais ético deve começar em cada um de nós" ( Divulgação)

Com tantos escândalos de corrupção pipocando diariamente na mídia, é cada vez mais comum ver essas notícias repercutindo em rodinhas de conversa. O que nem sempre se percebe, no entanto, é que atitudes corruptas estão presentes em nosso cotidiano de uma maneira mais intensa do que se imagina e nascem nas ações mais corriqueiras. Foi, justamente, para combater os desvios de conduta rotineiros que a Controladoria Geral da União (CGU) lançou a campanha Não Tem Desculpa. Por meio de peças de divulgação e posts em redes sociais, a iniciativa faz uma crítica às justificativas para atitudes antiéticas e pequenos delitos. Para a chefe da Assessoria de Comunicação Social da CGU, Thaisis Barboza de Souza, ao passar adiante a proposta da campanha, as pessoas atuarão ativamente na conscientização sobre a necessidade de combater essas atitudes e as desculpas usadas na tentativa de justificá-las. “Quem se engaja na campanha repassa a mensagem de que quem faz o certo não precisa de justificativas. E sempre será melhor agir de forma honesta”, defende. “Não é porque ninguém viu ou porque não será punido que deixou de ser errado. Um erro será sempre um erro”, sintetiza.Nesta conversa com a Metrópole, Thaisis fala sobre a ideia da campanha e analisa a repercussão das ações contra as pequenas corrupções.Metrópole – Como foi idealizada a campanha Não Tem Desculpa? Surgiu a partir de algum levantamento ou pesquisa? Thaisis Barboza de Souza – Surgiu, na verdade, como um desdobramento da campanha Pequenas Corrupções – Diga Não (http://www.cgu.gov.br/redes/diga-nao), a partir da observação dos comentários nos posts relacionados à iniciativa. Vimos muita gente comentando sobre frases usadas para justificar pequenos desvios de conduta e até delitos no dia a dia, como “Mas todo mundo faz” e “Ninguém está vendo”.Qual é o principal objetivo desta ação? A campanha busca chamar a atenção e promover a reflexão de que, mesmo pequeno, um erro ainda é um erro e que o importante é agirmos sempre com ética e honestidade. Grandes ou pequenas, todas as corrupções devem ser evitadas. A iniciativa foi lançada no dia 26 de junho, quando postamos no Facebook cada peça individualmente. Em 16 de julho, publicamos o álbum com as cinco peças da campanha, criada exclusivamente para as redes sociais da qual a CGU participa.Quais situações e comportamentos serviram de inspiração para as peças que compõem a iniciativa? Praticamente todos os comportamentos abordados na campanha Pequenas Corrupções – Diga Não serviram de inspiração à criação desta nova ação. Entre eles, estacionar em vagas reservadas para idosos e pessoas com deficiência; falsificar carteira de estudante; bater ponto pelo colega de trabalho; apresentar atestado médico falso; tentar subornar o guarda de trânsito etc.A tentativa de amenizar práticas inadequadas vem, geralmente, com a justificativa do erro como sendo algo que “todo mundo faz”. Esse é um problema cultural? Quais atitudes podem reverter esse hábito? Não temos como afirmar se é algo cultural, mas acreditamos no poder da conscientização e do bom exemplo. Por isso, investimos na campanha. Acreditamos que cada cidadão pode combater as “pequenas” corrupções do dia a dia dando seu próprio exemplo de ética e honestidade, evitando pequenos ou grandes atos ilícitos, mesmo que alguém diga que “todo mundo faz”. A grande repercussão positiva das campanhas Pequenas Corrupções – Diga Não e Não Tem Desculpa demonstra que essas não são práticas aceitas por todo mundo. Ao contrário, evidencia que há muitos brasileiros que agem de forma ética e educada nas atitudes do cotidiano.A senhora acredita que o senso de impunidade acaba estimulando as pequenas ações corruptas? Acredito que não. Para mim, os casos de impunidade não devem ser utilizados como estímulo à prática de atitudes antiéticas. Seria mais ou menos como falamos numa de nossas peças: não é porque ninguém viu ou porque não será punido que deixou de ser errado. Um erro será sempre um erro. Agir com honestidade mostra, principalmente, o nosso respeito pelo próximo. Se cada um fizer sua parte e disser “não” para as pequenas corrupções, certamente, viveremos em uma sociedade mais equilibrada, justa e respeitosa. A mudança por um Brasil mais ético deve começar em cada um de nós.Quantas pessoas já se engajaram na causa defendida pela CGU? O álbum da campanha Não Tem Desculpa no Facebook obteve um engajamento surpreendente. A postagem alcançou mais de 349 mil pessoas, com mais de 39 mil compartilhamentos e 478 comentários. Esses números foram conquistados de forma orgânica, sem a utilização de mídia patrocinada pelo Facebook.As imagens da Não Tem Desculpa estão disponíveis para serem impressas e divulgadas por quem quiser compartilhar a mensagem? As peças ainda não estão disponíveis para download, mas já estamos adaptando as imagens para a versão impressa. Em breve, iremos incluí-las com as outras peças já disponíveis para impressão da campanha Pequenas Corrupções – Diga Não. Qual é a importância de os cidadãos transmitirem a mensagem da campanha? Ao passar a mensagem adiante, as pessoas atuarão ativamente na conscientização dos demais cidadãos sobre a necessidade de combater as atitudes antiéticas, ilegais e as desculpas utilizadas para esse fim. Quem se engaja na campanha repassa a mensagem de que quem faz o certo não precisa de justificativas. E sempre será melhor agir de forma honesta. 

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