Ultrassonografia é feita em árvores de Piracicaba

O projeto de mapeamento das árvores do bairro Nova Piracicaba, realizado pelo Laboratório de Silvicultura Urbana e os alunos do curso de Engenharia Florestal e Gestão Ambiental da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em parceria com a Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Sedema), fez uso de uma nova tecnologia que garante mais precisão na análise técnica das condições das árvores: a ultrassonografia, ou tomografia.

No estudo, que serviu de base para a elaboração de uma nova licitação, foram analisadas duas mil árvores no bairro. “Também foi feito o georreferenciamento e todas elas foram mapeadas. A tomografia foi utilizada nas que apresentavam piores condições ou que apresentavam dúvidas sobre seu estado”, explicou o professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, professor doutor de Silvicultura Urbana da Esalq, e coordenador do projeto.

As informações formaram um banco de dados que a prefeitura irá utilizar, conforme Carlos Ambrosano, o Téia, diretor do Departamento de Controle Ambiental da Sedema.

O estudo foi feito durante o segundo semestre de 2012 e concluído em janeiro deste ano. “A prefeitura agora tem um banco de dados sobre as árvores do bairro”, comentou o professor.

A pesquisa apontou que das duas mil árvores avaliadas, 692 precisam ser podadas porque estão em contato com a fiação e correm risco de serem mutiladas. Há 40 árvores com risco para serem reavaliadas pela fiscalização da Sedema. “Elas precisam ser reestudadas a curto prazo para evitar problemas e acidentes”, disse o professor.

A tecnologia usada na pesquisa, com o uso da ultrassonografia, ou tomografia, é o método mais moderno que existe atualmente, conforme o professor.

“Ele possibilita ter mais informações do interior da árvore, se há doença, se o tronco tem alguma parte oca e isso permite avaliar se ela está em risco de queda ou não”, informou.

Segundo ele, é um método que deve ser utilizado porque contribui para a segurança da população. “Quanto mais informação, mais condições de segurança é possível ter para prevenir queda de árvores ou de galhos. Hoje (sexta-feira), um galho de um pau-ferro caiu sobre uma estudante no campus da USP de São Carlos e ela morreu. Amanhã (sábado), estarei indo para lá fazer o laudo da árvore”, contou o professor

Plantio

O estudo analisou também as áreas do bairro que podem receber plantio de árvores. Foi identificado que podem ser plantadas 122 árvores para ampliação do canteiro e foram feitas 2.060 indicações de plantio em 120 ruas do Nova Piracicaba.

Mais árvores analisadas

A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Sedema, pretende realizar 600 ultrassonografias por ano nas árvores que são símbolos ou estão em locais estratégicos, como a Sapucaia, da rua Moraes Barros esquina com avenida Independência, nos dois paus-ferro que estão plantados em frente à Estação da Paulista, na Figueira do Carrefour, no Jatobá da praça da Biblioteca Municipal, além das que apresentarem dúvidas na avaliação externa feita pelos fiscais da Sedema, a pedido dos munícipes.

De acordo com Carlos Ambrosano, o objetivo é contar com a tecnologia para atestar o vigor e o equilíbrio da árvore. "Os pau-ferros da Paulista, por exemplo, apresentam necrose no tronco. Precisamos saber se isso é apenas superficial", disse.

Segundo ele, a ampliação desse serviço faz parte de uma nova licitação que inclui também a poda e limpeza de palmeiras, poda especial, supressão, plantio, entre outros. O processo de licitação foi impugnado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) nessa semana. O TCE acatou uma representação contra a concorrência. "Vamos apresentar a nossa justificativa. Isso deve ter ocorrido porque exigimos das empresas um atestado de capacidade técnica e também do profissional da empresa para a execução dos serviços", afirmou. Esse é um dos pontos apontados pela autora da representação.

Na licitação está previsto ainda o plantio de 40 mil árvores por ano na cidade.